Moradores dos bairros do IHRU confrontados com novo ataque

DENÚNCIA O PCP está a dis­tri­buir aos mo­ra­dores de bairros so­ciais do IHRU um fo­lheto no qual de­nuncia um novo ataque às po­pu­la­ções com graves ca­rên­cias eco­nó­micas e so­ciais.

O Go­verno não está a cum­prir a nova le­gis­lação

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Nesse do­cu­mento, in­ti­tu­lado «PCP propõe me­didas para re­solver graves pro­blemas de ar­ren­da­mento nos bairros do IHRU», re­corda-se a fa­mi­ge­rada «lei dos des­pejos» do an­te­rior go­verno PSD/​CDS, que «au­mentou bru­tal­mente as rendas» e co­locou muitos mo­ra­dores na si­tu­ação de im­pos­si­bi­li­dade de su­portar os seus ele­va­dís­simos va­lores. Muitas cen­tenas de fa­mí­lias en­traram então em in­cum­pri­mento, o que veio acres­centar às inú­meras di­fi­cul­dades eco­nó­micas e so­ciais que co­nhe­ciam a pos­si­bi­li­dade real de serem des­pe­jadas.

O PCP re­alça ainda o que foi al­can­çado com a sua in­ter­venção já nesta le­gis­la­tura: a al­te­ração da lei, ainda assim aquém do que pro­punha, com a con­se­quente in­tro­dução de «cri­té­rios que con­duzem ao cál­culo do valor da renda de forma a re­duzir o seu valor».

Acon­tece, porém, que o Go­verno do PS, através do Ins­ti­tuto de Ha­bi­tação e Re­a­bi­li­tação Ur­bana/​IHRU, se re­cusa a ac­tu­a­lizar as rendas de acordo com a nova lei a todos os que estão em dí­vida e aos que con­tes­taram ju­di­ci­al­mente os bru­tais au­mentos da an­te­rior lei, mesmo nunca dei­xando de de­po­sitar a renda nos va­lores an­te­ri­ores à sua al­te­ração. A todos pre­tende co­brar juros de 50 por cento e apre­senta em tri­bunal ac­ções de des­pejo.

Cum­prir a lei

Para o PCP, esta é uma si­tu­ação «to­tal­mente ina­cei­tável», não só por ser so­ci­al­mente in­justa como por não estar pre­vista na lei qual­quer dis­po­sição neste sen­tido. O Par­tido su­blinha ainda que ao não aplicar a nova le­gis­lação a estes mo­ra­dores o IHRU opta na prá­tica pelo «agra­va­mento da si­tu­ação de in­cum­pri­mento», ao impor va­lores to­tal­mente in­com­por­tá­veis para a re­gu­la­ri­zação das dí­vidas.

Su­bli­nhando a ur­gência de se en­con­trar uma so­lução que «res­peite o di­reito à ha­bi­tação e a con­di­ções con­dignas de ha­bi­ta­bi­li­dade», o PCP exige desde logo que o Go­verno re­tire as ac­ções que tem em tri­bunal contra os mo­ra­dores e aplique de ime­diato a nova le­gis­lação. Ao mesmo tempo re­clama a re­ti­rada dos juros so­ci­al­mente ina­cei­tá­veis que estão a ser apli­cados.

Para a frente, o PCP re­clama do IHRU o início ur­gente de um pro­cesso de dis­cussão com os mo­ra­dores de modo a pro­curar-se uma «so­lução para os mon­tantes em dí­vida, aten­dendo às con­di­ções de cada agre­gado fa­mi­liar». É ainda ne­ces­sário que o Go­verno pro­ceda a obras de con­ser­vação e ma­nu­tenção em todas as ha­bi­ta­ções à sua res­pon­sa­bi­li­dade, in­cluindo as dos mo­ra­dores com dí­vidas.




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