Primeiro-ministro do Líbano promete voltar em breve ao país
Na primeira declaração pública após ter anunciado a demissão, o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, assegurou na segunda-feira, 13, que regressará ao seu país «dentro de dois ou três dias», noticiaram diversos órgãos de informação em Beirute.
Hariri fez estas afirmações a partir de Riade, capital da Arábia Saudita, onde se encontra desde o dia 3 e donde, um dia depois, surpreendeu a opinião pública com a renúncia ao cargo. Justificou então a decisão pelo receio de um atentado contra si e pela alegada influência crescente do movimento político e militar libanês Hezbollah, de maioria xiita.
Em declarações à cadeia televisiva TV Future, propriedade sua, Hariri, sunita, sugeriu que poderia voltar atrás com a demissão caso o Hezbollah deixasse de fazer parte do governo libanês. Outra das razões da renúncia, disse, é que o Líbano não seguiu uma política de distanciamento dos conflitos regionais e adoptou uma linha de apoio ao Irão. Explicou que a Arábia Saudita «quer» um Líbano neutro nos conflitos regionais e não ao lado do Irão, adversário do reino saudita.
Para o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, a Arábia Saudita «declarou guerra» ao Líbano e retém no país o primeiro-ministro libanês contra a sua vontade.
Observadores em Beirute consideram que esta ameaça à paz no Líbano tem a ver com a derrota militar na Síria e no Iraque dos mercenários terroristas («Estado Islâmico», Al-Qaeda e outros) apoiados pelos Estados Unidos e os seus principais aliados no Médio Oriente – Arábia Saudita e Israel. Esses grupos poderiam agora ser «empurrados» para o Líbano com o objectivo de destabilizar o país e combater o Hezbollah.