Altice – assalto e cumplicidades
O assalto da Altice contra o interesse nacional, ilegítimo e inconstitucional, está em aceleração, depois da inaceitável e injustificável decisão da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) de não travar o processo de concentração e centralização monopolista com a Media Capital.
A mistificação de objectivos e efeitos para o País e os «consumidores», as «pós verdades», manobrismos e gestão mediática da Altice ainda não conseguem esconder o avanço na anexação e comando conjunto da TVI, Plural, IOL, Radio Comercial e mais umas tantas empresas, com a PT, TDT, MEO, SAPO, SIRESP.
Já está o «Altice Arena» e as camisolas do FCPorto em promoção da nova Altice, mas também o processo de 3000 despedimentos na PT e de mais precariedade e exploração no grupo. É a lógica do oligopóplio omnipotente, que controla telecomunicações, rede pública de televisão e de cabo, televisão, rádio, Internet e conteúdos e que ameaça «parar o País», manipular as massas, capturar a democracia, decidir a agenda política e a governação por muitos anos.
Chegou-se aqui com nomeações, demissões e actos falhados, decisões cirúrgicas na ERC e empresas da área, mas o essencial foi sempre determinado pela política de direita, pela cumplicidade do PS, PSD e CDS com o capital financeiro, as multinacionais do poder económico-mediático e a vassalagem à UE.
Hoje em dia, confrontados com a operação da multinacional Altice, certos senhores do grande capital – da Sonae, da Impresa – esbracejam e protestam, mas estão mais preocupados com o negócio do que com o assalto ao interesse nacional.
Procuram um «acordo de cavalheiros», de «igualdade de concorrência», provavelmente com mais exploração e fundos do Estado.
E o Governo PS não dá o passo para se libertar das amarras. Os desabafos do primeiro-ministro contra a Altice-PT estão esquecidos.
Só a luta dos trabalhadores e do povo pode criar as condições para travar o assalto da Altice à liberdade e democracia no Portugal de Abril.