Raízes da violência

Manuel Rodrigues

59 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas nos disparos de domingo à noite num festival de música «country» em Las Vegas, EUA, a que assistiam mais de 40 mil pessoas.

O presidente norte-americano, Donald Trump (DT), condenou o acto que remeteu para o domínio da maldade (individual, claro) e apelou à união dos norte-americanos contra a violência.

O terrorismo é absolutamente condenável e nunca, mas mesmo nunca, serve os interesses dos trabalhadores e dos povos. É uma arma que serve sempre o interesse do grande capital, do imperialismo e da reacção. E, nele e na sua proliferação, as administrações norte-americanas, incluindo a de DT, têm uma particular responsabilidade: de Hiroshima a Nagasaki (com H. Truman); do Iraque ao Afeganistão (com Bush pai, Bush filho, Obama e Trump); da Jugoslávia à Ucrânia (com Bill Clinton e Obama); da Líbia à Síria (com Obama e Trump), entre muitos outros casos e responsáveis.

E para que não restem dúvidas, com suprema hipocrisia, DT ainda afiançou: «é o nosso amor que nos define hoje».

Mas como até o amor tem uma natureza de classe, é caso para perguntar: quando fala em amor estará DT a pensar no bem-estar e segurança do povo norte-americano ou no recente negócio de venda de armas à Arábia Saudita no valor de 110 mil milhões de dólares? Estará a pensar na segurança mundial ou no gigantesco orçamento da defesa dos EUA no valor de 700 mil milhões de dólares? Estará a pensar num mundo multiétnico ou no muro na fronteira com o México? Estará a pensar na paz e soberania das nações ou em novas ameaças à Venezuela, Coreia ou Irão?

Quando o imperialismo semeia ventos é sempre o povo que colhe as tempestades. O que é amor para o capital monopolista é sempre ódio e sofrimento para os povos (incluindo o povo norte-americano). Como a história todos os dias torna evidente e este caso, tragicamente, comprova.




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