Venezuelanos exortam estado-unidenses à paz

AMIZADE O povo da Venezuela reafirmou a amizade com o povo estado-unidense e exortou-o a lutar pela defesa da paz e da estabilidade face às pretensões intervencionistas do presidente Donald Trump.

A Venezuela não é inimiga dos EUA nem representa uma ameaça

Numa carta aberta publicada no diário New York Times, a Venezuela adverte que as recentes medidas unilaterais impostas por Trump têm também impacto sobre a população estado-unidense, que poderia sofrer a subida do preço da gasolina ou dificuldades com os fundos de pensões.

«Este comportamento não corresponde ao lema da campanha de Donald Trump de “fazer a América grande outra vez”. Ao contrário, não fará mais do que criar novos problemas dentro e fora das suas fronteiras, fazendo mais difícil a vida, tanto para os venezuelanos como para milhões de cidadãos estado-unidenses, ao mesmo tempo que continuará a provocar a rejeição e o ódio mundial contra o governo dos EUA e, indirectamente, contra o seu povo, que nada tem a ver com estas acções belicistas», lê-se no texto.

A «Carta aberta do povo venezuelano ao povo e governo dos Estados Unidos da América» começa por lembrar factos: «Como povo soberano, amante da paz, dirigimo-nos hoje aos cidadãos nobres e respeitados do povo dos EUA. Todos os estado-unidenses devem saber que o presidente Donald Trump ameaçou no passado dia 11 de Agosto a República Bolivariana da Venezuela com uma intervenção militar directa. Esta perigosa ameaça foi rejeitada por todas as nações e sabemos que é rejeitada também pelo povo estado-unidense. Contudo, duas semanas mais tarde, a 25 de Agosto, o presidente Trump impôs ao nosso país severas e injustas sanções económicas, reconhecendo publicamente a sua intenção de “isolar a economia venezuelana”. É a mesma estratégia que confessaram haver utilizado para derrubar o governo democrático do Chile, em 1973, preparando o terreno para que a impiedosa ditadura de Augusto Pinochet tomasse o poder».

Momento de diálogo

O texto explica que as sanções unilaterais de Washington afectarão a economia venezuelana mas também os cidadãos norte-americanos, pondo em risco a condição, quase centenária, da Venezuela como «o fornecedor de petróleo mais próximo e seguro dos EUA».

E termina a falar de paz: «Nada justifica que jovens estado-unidenses sejam novamente enviados para outro conflito militar, muito menos se se trata de enfrentar um país amigo e pacifista como a Venezuela. A Venezuela não é inimiga dos EUA, nem representa qualquer ameaça para a sua segurança. (…) O povo dos EUA, povo de paz, deve liderar os esforços para neutralizar as novas intenções belicistas do seu governo. Por isso, fazemos um apelo fraterno e sincero a todos os estado-unidenses de boa vontade, para trabalhar juntos pela defesa da liberdade dos nossos povos, o bem-estar dos nossos filhos, a cooperação e a paz da nossa região. É o momento do diálogo e do entendimento. Não percamos esta oportunidade. Como diria John Lennon, vamos dar uma oportunidade à Paz».




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