Da razão à luta corajosa dos precários da PT-MEO

GREVE Trabalhadores dos call centers e backoffice da PT-MEO cumpriram, dia 30 de Junho, uma greve contra a precariedade e pelo emprego com direitos.

Precariedade é para banir, Governo tem que agir

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A jornada de luta teve expressão de rua com uma concentração de cerca de 150 trabalhadores, oriundos dos distritos do Porto, Coimbra, Castelo Branco e Lisboa, realizada frente ao edifício da empresa nas Picoas, em Lisboa.

Ali, os associados de sindicatos filiados na CGTP-IN, que convocaram a paralisação (a qual registou níveis de adesão muito significativos: 80 por cento em instalações em Lisboa e no Porto) e o protesto, denunciaram a situação em que se encontram. Alguns mantêm há mais de 20 anos vínculos a empresas de trabalho temporário subcontratadas pela PT-MEO, exercendo a mesma função, no mesmo posto de trabalho. A esmagadora maioria aufere pouco mais do que o salário mínimo nacional.

Daí que entre as palavras de ordem mais ouvidas tenham estado «precariedade é para banir, Governo tem que agir», ou «é urgente e necessário o aumento do salário». Outra das consignas foi «Meo, escuta, os teus trabalhadores estão em luta», o que sintetiza duas das razões centrais que levaram aqueles trabalhadores à luta: se estes trabalham para a PT-MEO, é com esta empresa que têm de ter uma relação contratual; apesar da coacção facilitada pela instabilidade dos vínculos laborais, quando a consciência e a unidade superam o medo, não há instrumentos patronais eficazes para manietar a acção reivindicativa.

Solidários com a corajosa iniciativa dos trabalhadores dos centros de contacto, atendimento e retaguarda digital da PT-MEO, marcaram presença na concentração junto ao Fórum Picoas João Barreiros, da Interjovem/CGTP-IN, José Manuel Oliveira, da Comissão Executiva da Intersindical Nacional, e Anabela Silva, trabalhadora do call center da EDP e dirigente sindical do SIESI, que se solidarizou com os seus congéneres da PT-MEO.

O PCP também enviou uma delegação, integrada pelo deputado comunista Miguel Tiago, que reafirmou a solidariedade do Partido para com a luta destes trabalhadores e lembrou que a situação de precariedade em que vivem, com a recusa da PT-MEO em integrá-los e em assegurar direitos nos planos salarial, de valorização de carreira, segurança e condições no posto de trabalho, tem sido várias vezes denunciada pelo grupo parlamentar do Partido.




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