A eventual retirada dos Estados Unidos do tratado de eliminação de mísseis de curto e médio alcance, assinado há 30 anos, desencadearia uma nova corrida armamentista mundial.

A afirmação foi feita no domingo, 25, em Moscovo, pelo presidente do Comité de Segurança e Defesa do Senado da Rússia, Viktor Ozerov.

O senador russo comentava notícias de que a Casa Branca estuda diversas propostas para renunciar ao referido convénio. Considerou que se o abandono norte-americano do tratado se traduzir em mais armas e em mais mísseis na Europa, a Rússia não fechará os olhos a essa realidade e adoptará as medidas de resposta necessárias.

Ozerov sublinhou que os EUA não têm razão para acusar a Rússia de incumprimento do acordo, pois todo o arsenal russo abrangido foi destruído sob controlo de observadores norte-americanos. Pelo que as actuais propostas de abandono do tratado «só podem ser uma continuação da histeria anti-russa no Ocidente e, em especial, em Washington».

Conhecido como Tratado INF (da sigla em inglês), o acordo entre os EUA e a União Soviética, assinado em 1987, visou eliminar mísseis balísticos e de cruzeiro, nucleares e convencionais, com raio de alcance entre 500 e 5500 quilómetros. Até 1991, foram destruídos 846 mísseis dos EUA e 1846 da URSS. A eliminação dos arsenais foi acompanhada por inspecções de ambos os lados.