CDU defende política de saúde para todos na cidade de Lisboa
SNS Lisboa tem uma das piores redes de centros de saúde e de cuidados de saúde primários. A situação só não é pior em resultado da luta, realça João Ferreira, candidato à Câmara pelo PCP-PEV.
Os lisboetas necessitam de uma rede de cuidados primários
Em comunicado divulgado após uma reunião com a Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central e responsáveis da área do coração, vasos e tórax do Hospital de Santa Maria, no dia 29 de Maio, o cabeça-de-lista à Câmara denuncia que «Lisboa não beneficiou de nenhum investimento relevante nos últimos anos, antes pelo contrário, foi alvo de um processo “liquidacionista” das estruturas hospitalares existentes, conjuntamente com o abandono dos Centros de Saúde». Acresce a carência identificada de médicos de família e outros profissionais de Saúde.
Para João Ferreira, o facto de Lisboa continuar «a sofrer a influência negativa do desordenamento territorial, da especulação imobiliária», aliadas à «cada vez maior desigualdade social, à falta de condições de habitabilidade e de vida digna em muitos bairros, alguns municipais, e, em particular, ao elevado desemprego e à pobreza que atinge muitos lisboetas, nomeadamente os mais velhos e isolados», leva a que «as necessidades em saúde sejam crescentes».
O candidata da CDU sublinha, por isso, que os lisboetas necessitam de uma rede de cuidados de saúde de proximidade. Nesse sentido compromete-se a manter «a acção reivindicativa para a concretização de todos os projectos de novas unidades de saúde, ajustadas às necessidades, devidamente equipadas e dotadas de recursos humanos».
Novo rumo
No texto assinado por João Ferreira em nome da coligação PCP-PEV, defende-se a articulação dos cuidados de saúde primários na cidade, designadamente «com direcções dentro da cidade e interactuando com o município», bem como um papel mais activo e promotor da discussão e participação popular por parte dos órgãos autárquicos.
«A promessa de novos centros de saúde não pode implicar a liquidação dos hospitais do centro de Lisboa, nem servir de moeda de troca para mais encerramentos», insiste-se, antes de se assegurar que «a defesa dos hospitais da Colina de Santana e de outros hospitais na cidade ameaçados de encerramento vai continuar e será tanto mais forte e com mais possibilidade de êxito quanto maior for o apoio ao PCP e à CDU».
No comunicado divulgado dia 29 de Maio, a CDU recorda que «os vereadores e os deputados municipais do PCP e do PEV intervieram em defesa dos serviços de saúde da cidade».
Ora, «o executivo PS e os seus deputados municipais, no geral, limitaram-se a votar contra as iniciativas apresentadas, e na discussão da Colina de Santana, à revelia das posições da população e dos profissionais de saúde, aprovaram a liquidação dos hospitais e abriram a porta ao negócio imobiliário nos valiosos terrenos dos hospitais a encerrar».
«Só a luta continuada do PCP e dos seus aliados na CDU por novos centros de saúde e pela defesa dos hospitais da cidade permitiu evitar o seu completo encerramento» e, além do mais, «obrigou o Governo do PS a definir um cronograma de projectos de modernização de infra-estruturas e equipamentos de SNS», entre as quais estão 16 novos centros de saúde, concluiu-se.
A jornalista e escritora Ana Margarida de Carvalho é a primeira candidata da CDU à Assembleia Municipal de Lisboa (AML). A apresentação da candidatura decorreu na manhã de ontem, no Jardim de São Pedro de Alcântara. Na iniciativa foi também apresentado o mandatário do PCP-PEV, Carlos Silva Santos, médico doutorado em Saúde Pública, professor na Universidade Nova, Coordenador do Programa Nacional de Saúde Ocupacional da DGS, ex-dirigente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e da Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos, e actual eleito na AML.
Ana Margarida Carvalho licenciou-se pelo Faculdade de Direito de Lisboa, tendo pertencido à direcção da Associação de Estudantes. Desempenhou as funções de grande-repórter, editora, crítica cinematográfica, cronista. É autora de várias reportagens e livros premiados, de guiões cinematográficos e de uma peça de teatro. É membro do PEN CLUBE e da Associação Portuguesa de Escritores, tendo feito parte de júris literários e cinematográficos, e participado em vários festivais literários nacionais e internacionais.