1.º de Maio jornada maior

Francisco Lopes (Membro da Comissão Política)

Aproximam-se momentos de grande significado para os trabalhadores e o povo português: as comemorações da Revolução de Abril e do 1.º deMaio – jornada maior na luta dos trabalhadores – elementos simbólicos do processo histórico, acções comforte repercussão emcada situação concreta.

O PCP apela aos trabalhadores e ao povo: todos ao 1.º de Maio

A participação nas iniciativas de comemoração do 43.º aniversário da Revolução de Abril e na jornada do 1.º de Maio reveste-se de uma grande importância. O 1.º de Maio, com origem na luta contra a exploração capitalista, pelos direitos e interesses de classe dos trabalhadores, tem um lugar cimeiro no processo de emancipação social. 1.º de Maio a maior jornada de luta internacional dos trabalhadores. 1.º de Maio que marca a resistência ao fascismo. 1.º de Maio que selou com a poderosa força dos trabalhadores o acto libertador do 25 de Abril e impulsionou o processo revolucionário com base nos interesses de classe dos trabalhadores e no objectivo da sua libertação. 1.º de Maio que ao longo de todos estes anos constitui expressão da luta de classes e factor de resistência e de avanço.

E hoje? Em 2017, como é, como vai ser? Os trabalhadores, o povo português, conhecem as consequências do prolongado processo contrarrevolucionário, de décadas de política de direita, dos anos mais recentes com os PEC e o Pacto de Agressão. E continuam sujeitos ao duplo efeito, por um lado do impacto do comprometimento da soberania nacional resultante da submissão ao euro e aos constrangimentos da União Europeia e da globalização capitalista e por outro do domínio do capital monopolista cada vez mais transnacional, elementos interligados e inseparáveis que se traduzem num mecanismo triturador da resposta aos interesses de classe dos trabalhadores, à elevação da qualidade de vida do povo português e ao desenvolvimento do País.

Depois de anos de uma brutal ofensiva de exploração e empobrecimento, na nova fase da vida política nacional, com a luta dos trabalhadores e a intervenção do PCP, foi possível avançar na defesa, reposição e conquista de direitos. Mas os constrangimentos e limitações existentes, com as opções do Governo PS, continuando a convergir com o PSD e CDS-PP em aspectos essenciais, dificultam novos avanços e comprometem a resposta às aspirações dos trabalhadores e do povo e às necessidades do País.

É preciso ir mais longe, é necessária uma política patriótica e de esquerda. A resposta está no caminho da intervenção e da luta.

Resposta necessária

Desenvolvem-se inúmeros processos de luta, que traduzem descontentamento, afirmam reivindicações, repõem e conquistam direitos e evidenciam a falsificação dos que pretendem ocultar a dimensão da luta e da força dos trabalhadores.

Uma luta que teve importantes expressões nos últimos meses, nas últimas semanas, em muitos locais de trabalho, empresas e sectores e vai continuar, nas empresas e nas ruas, nas comemorações do 25 de Abril. Mas nada substitui o 1.º de Maio. Nele devem desaguar as lutas dos locais de trabalho, das empresas, dos sectores, a expressão dos objectivos das lutas de cada um, a convergência da afirmação da luta de todos os trabalhadores, das massas populares.

O 1.º de Maio, na actual situação, constitui uma oportunidade e uma necessidade de afirmação da força organizada dos trabalhadores. O grande capital nacional e transnacional, os centros da União Europeia, o PSD e o CDS, o Governo PS, deverão ter a necessária resposta no 1.º de Maio. Os trabalhadores vão dá-la, vão afirmar a necessidade da produção, do emprego, dos salários, da redução e regulação dos horários, do combate à precariedade e da segurança no emprego, dos direitos, do desenvolvimento, da soberania, duma sociedade livre da exploração do homem pelo homem.

A CGTP-IN, cumprindo a sua missão como grande central sindical dos trabalhadores portugueses, organiza por todo o País 40 concentrações e manifestações. O Partido Comunista Português, partido da classe operária e de todos os trabalhadores, aponta o caminho e, a pouco mais de uma semana, reafirma o apelo aos trabalhadores e ao povo português: todos ao 1.º de Maio!




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