O PCP definiu como orientação prioritária nas tarefas correntes o reforço da venda e difusão do Avante!, objectivo político que está na base de uma campanha iniciada aquando do 85.º aniversário do Avante!. Na Resolução Politica aprovada no XX Congresso do PCP, reafirma-se que «o Avante!, órgão central do Partido, com um papel fundamental na informação e no esclarecimento político e ideológico, numa situação em que o capital domina a maioria dos órgãos de comunicação social que assim servem os seus interesses, exige medidas para responsabilizar mais quadros, para assegurar mais difusores, criar mais comissões, abrir novas ADE, estimular bancas e outras acções de venda pública periódicas para alargar o número de compradores e leitores regulares».

O testemunho recolhido junto dos camaradas da Organização Regional de Évora do PCP confirma que esta é uma linha de trabalho assimilada e, por conseguinte, transposta para a prática.

Ao trabalho!

Como é apanágio de quem discute com desassombro para mais e melhor intervir, tudo começou no debate do que existia e do que se entendeu ser necessário alcançar. Contaram-se as mãos, procuraram-se mais, e apesar da dificuldade em fazer corresponder as disponibilidades com a resposta que se exige, avançou-se com audácia. Os resultados começaram a surgir com a abertura de novas ADE [conta-corrente de uma organização para a actividade editorial da Avante!]. Duas no concelho de Portel e uma em Viana do Alentejo, precisou Lúcia Cardoso.

Vendas Novas e Évora tinham já ADE, mas, na verdade, no concelho de Évora os jornais acumulavam-se justamente devido à carência de difusores, problema que não estando ainda ultrapassado e ao qual não é alheio a dispersão territorial do concelho, está a ser encarado de frente. Primeiro pela realização regular de bancas que permitem fazer chegar o Avante! a militantes e àqueles que o não são. Segundo, identificando casos em que se justifica comutar a venda orgânica para a assinatura anual. Isto até que mais camaradas assumam o compromisso de fazer chegar a outros, inscritos ou não no PCP, o nosso semanário, continuou.

Em Vendas Novas, o caso é outro. Tudo começou novamente com um plano, mas no concreto definindo empresas às quais se iria pelo menos uma vez por mês com o Órgão central do PCP e fotocópias de um artigo para ampla distribuição. À porta da J. Lobos, do centro de contacto da Fidelidade ou da Gestamp, a presença de difusores do Avante! passou a ser regular.

O corolário do esforço surgiu na Gestamp. Em Novembro do ano passado, depois de noticiar a luta, o Avante! noticiou o triunfo dos trabalhadores, que garantiram o aumento dos salários e do subsídio de refeição, a integração de uma dezena de precários, o afastamento da ameaça de despedimentos. O jornal foi recebido com entusiasmo, lembra André Luz. Da fotocópia do artigo para criar hábito, está a consolidar-se o hábito de comprar o jornal que é o dos trabalhadores e do seu Partido, que deles e com eles fala dando-lhes voz.

Em Mora, outro concelho do distrito de Évora, recomeçou-se há uns meses a difusão semanal do Órgão Central do Partido. O processo arrancou na Comissão de Freguesia de Mora com o restabelecimento da venda orgânica, mas a dinâmica está a contagiar outras estruturas partidárias concelhias. O conteúdo, aqui, também é determinante para os avanços registados. Nas conversas que se desencadeiam nas bancas realizadas periodicamente, o apetite de renovados ou dos novos leitores foca-se naquilo que torna o nosso jornal singular: uma perspectiva sobre a realidade e um conjunto de informações que não têm eco noutros órgãos de comunicação social. Particularmente nas matérias internacionais, insistiu Hugo Carreiras.

Na experiência relatada por camaradas da OR de Évora a propósito da venda e difusão do Avante!, constata-se que tal como tem salientado o PCP, o Órgão Central do Partido desempenha um papel único na vida do grande colectivo partidário e na ligação deste às massas, no seu esclarecimento, consciencialização e mobilização.