Em luta no aeroporto

Uma greve de três dias, no final de Dezembro, foi decidida pelos trabalhadores das empresas de handling SPdH (Groundforce) e Portway, num plenário que teve lugar no dia 5, frente ao edifício da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), no aeroporto de Lisboa.
A decisão foi motivada pela «instabilidade que se continua a viver no sector e que poderá levar, no curto prazo, à perda de milhares de postos de trabalho», como referiu o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos.
«Perante a irresponsabilidade de organismos e entidades públicas na degradação do sector, não nos resta outra alternativa que não seja lutarmos pelos nossos postos de trabalho, pelas nossas empresas, pelos nossos direitos», afirma o Sitava, da Fectrans/CGTP-IN, numa nota em que divulgou as decisões dos trabalhadores, que deverão ser ratificadas num novo plenário, dia 26.

«A acção, o protesto e a luta dos próprios trabalhadores do aeroporto» têm um papel «fundamental» para que o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa comecem a impor à ANA «um comportamento mais civilizado e um maior respeito pelos trabalhadores e pelos portugueses, em geral», salienta-se num comunicado das células do PCP no Aeroporto de Lisboa. A propósito das crescentes dificuldades de estacionamento, colocadas aos muitos trabalhadores que, pelos seus horários de serviço, são obrigados a deslocar-se em viatura própria, o Partido defende que «os mais de 20 mil trabalhadores do aeroporto não podem ficar à mercê das políticas de exploração e maximização do lucro da Vinci», o grupo francês a quem foi vendida a ANA. Este será o tema principal de uma visita do vereador comunista na CML, João Ferreira, que hoje vai contactar os trabalhadores e as suas organizações.

A reacção da ANAC ao plenário de trabalhadores da assistência em escala, no dia 5, foi duramente criticada pelo PCP. O Sector de Transportes da ORL afirma que no handling «a regulação é o caminho», mas «o regulador é um obstáculo», confirmando-se que o presidente da entidade reguladora «não tem condições nenhumas para o cargo».
No mesmo comunicado, o PCP saudou a assinatura, no dia 6, do contrato colectivo de trabalho entre o Sitava e a associação patronal que integra a SPdH e a SATA, defendendo a sua extensão a todo o sector (à Portway, às companhias em «self-handling» e ao universo das prestadoras de serviços».

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Valor da luta passa o ano

Decisiva para derrotar o governo PSD/CDS, para o fim da política de cortes e para o início da reposição de direitos e rendimentos, a luta dos trabalhadores vai continuar a ser fundamental para influenciar o rumo da política nacional e conduzir o País no caminho do progresso e da justiça social.

SOS no Tejo

São necessárias medidas imediatas para repor a operacionalidade das frotas e a fiabilidade do serviço público de transporte fluvial entre Lisboa e a Margem Sul, defendem sindicatos, utentes e autarquias.

ME «inaceitável» nos concursos

O Encontro Nacional de Professores valorizou as medidas que, no último ano, vieram ao encontro das lutas travadas, mas criticou a demora de outras respostas e condenou a posição do Ministério da Educação na revisão do regime de concursos.

Contra precariedade na MEO

Num plenário com cerca de 150 trabalhadores dos serviços de callcenter e backoffice da MEO (PT) na Rua do Tenente Valadim, no Porto, a 22 de Novembro, foram tomadas decisões para exigir medidas efectivas de combate à precariedade laboral e também para reclamar o aumento dos...