Contra precariedade na MEO
Num plenário com cerca de 150 trabalhadores dos serviços de callcenter e backoffice da MEO (PT) na Rua do Tenente Valadim, no Porto, a 22 de Novembro, foram tomadas decisões para exigir medidas efectivas de combate à precariedade laboral e também para reclamar o aumento dos salários.
As posições dos trabalhadores ficaram expressas em duas moções, aprovadas por unanimidade, dirigidas ao presidente da MEO (PT) e à Manpower, e numa petição, que visa levar a discussão ao plenário parlamentar.
Os centros de atendimento telefónico, o backoffice, as vendas, o telemarketing e o apoio a clientes prestado em loja, envolvendo cerca de cem mil trabalhadores no sector das telecomunicações, são «actividades de primeira linha e imprescindíveis» às empresas, com destaque para a PT, a Vodafone e a NOS, mas estas recorrem a empresas de trabalho temporário e outsourcing para preencher postos de trabalho permanentes, acusa-se na petição, para a qual a recolha de assinaturas, iniciada no Porto, deverá estender-se a nível nacional, pela rede do sindicato – como explicou ao Avante! o delegado sindical do Sinttav/CGTP-IN, Nelson Leite. Há casos que se arrastam há mais de 15 anos, com sucessivos contratos através de empresas de trabalho temporário ou cedência de mão-de-obra, para ocupar sempre o mesmo posto de trabalho.
Da Assembleia da República reclama-se «a urgente tomada de medidas legislativas» para «um combate firme ao flagelo da precariedade».
Na moção enviada à MEO (PT), é feito um apelo à «reflexão» para que haja «uma resposta à altura da exigência do problema», ou seja, «somos parte determinante da estrutura da PT/MEO, exigimos que se imponha, por parte desta, a sua devida responsabilidade nas nossas condições de trabalho».
À Manpower, empresa através da qual estão contratados, os trabalhadores da Tenente Valadim exigem «o fim de todas as formas de pressão» e aumentos salariais, a partir de 1 de Janeiro, de modo a que ninguém ganhe menos de 600 euros, o que beneficiará uma grande parte do pessoal, que aufere o salário mínimo nacional; para quem já está no nível remuneratório superior a este valor (612 euros), o aumento deverá ser de quatro por cento, nunca inferior a 40 euros.
Como não houve resposta da Manpower a um pedido de reunião urgente, os trabalhadores e o sindicato vão analisar a marcação de formas de luta.