Este actual é suscitado por um título do Público de sábado – «vergonha ou falta de sinceridade?» –, que partindo de algumas teses da resolução política do XX Congresso do Partido, as treslê e manipula para as encaixar em preconceitos e orientações político-ideológicas de ataque ao XX Congresso e guerra ao Partido.

O jornal da Sonae de Belmiro de Azevedo, cuja fortuna de 1150 milhões de euros é a quarta do País (segundo a revista Exame), ainda mais do que acontece com outros órgãos de comunicação social, também em posse do capital monopolista, é um projecto de poder, influência e intervenção política deste grupo económico e não um negócio (aliás deficitário).

O seu estatuto editorial exclui a «dependência de ordem ideológica, política e económica», mas a verdade é que, sobre o XX Congresso, muitos títulos e ideias fortes de textos do director e de uma redactora, que se auto considera especializada em «dissidência do PCP», estão eivados de anticomunismo e reféns da agenda do PSD e CDS para reverter o processo de defesa, reposição e conquista de direitos dos trabalhadores e do povo, impedir uma alternativa patriótica e de esquerda e – cruzes canhoto – esconjurar o crescimento do Partido.

Por isso, intrigam conspirações e conflitos inexistentes, inventam que o «cimento do poder» chegou ao PCP, mesmo não estando no governo, ou que a «foice e martelo» foi metida na «gaveta», apesar do Congresso ter proclamado o ideal e projecto comunista. Em certos casos, não é apenas o preconceito ou sequer a ignorância que os inspira, mas sim a mentira descarada, na falsificação da citação de Álvaro Cunhal e de intervenções em Congresso, designadamente do Secretário-geral. É falta de vergonha.

Houve outras tentativas de deturpação, caricatura e intriga mediática, para condicionar o Congresso, como a campanha do Expresso sobre o património do Partido. Mas em todos os casos, as operações de mistificação anticomunista, ao serviço dos interesses monopolistas, saíram derrotadas, incapazes de criar dificuldades e impedir o grande êxito do XX Congresso do PCP. Com os trabalhadores e o povo – democracia e socialismo.