combatividade do PCP
Unidade, confiança e luta
Um colectivo unido, determinado e consciente da exigência das tarefas que tem pela frente esteve reunido no fim-de-semana em Almada, no XX Congresso do Partido Comunista Português. Em três dias de profunda reflexão e debate, os comunistas definiram as orientações políticas para os próximos anos, aprovaram um conjunto de medidas de intervenção e para o reforço de organização, elegeram o Comité Central e estreitaram ainda mais os laços de camaradagem que os unem.
O Congresso afirmou um projecto ímpar de transformação social
Os três dias do Congresso do Partido foram intensos. A todos os níveis. Em primeiro lugar, pela dimensão e profundidade do documento em análise, que norteará a acção do PCP nos próximos quatro anos e que contém reflexões e teses sérias e consistentes; mas também pelo valor das intervenções proferidas, nas quais se analisou a situação política e social do mundo, do País e de cada uma das regiões, mas também de sectores sociais e profissionais e de empresas. Como sempre sucede nos congressos do Partido, também este foi marcado pela presença constante, no recinto, dos delegados, estudando os documentos, escutando os discursos e reagindo a eles, sempre com uma grande responsabilidade, à altura da função que estavam a desempenhar.
Intensa foi, também, a presença dos convidados, que ao longo dos três dias encheram por completo as bancadas do Complexo Municipal dos Desportos «Cidade de Almada», seguindo os trabalhos com a mesma atenção e participação dos delegados. Afinal, aquele era também o seu Congresso, para o qual se empenharam nos últimos meses a construir.
Também ao nível das emoções, este foi um Congresso intenso: A Internacional, logo a abrir, a que se somaram o Avante, Camarada e A Portuguesa, a encerrar; as saudações dos representantes das delegações internacionais (da Síria, Moçambique, Ucrânia, Palestina, Venezuela, Angola e Cuba); as intervenções sobre avanços na organização e intervenção partidárias, sobre a natureza, princípios e objectivos do Partido, sobre o imperialismo, a União Europeia, a luta pela paz e a solidariedade com os povos, sobre os direitos e rendimentos que foi possível conquistar e a alternativa que se impõe; a apresentação do Comité Central, dos organismos executivos, da Comissão Central de Controlo e do Secretário-geral, provocaram entusiásticas reacções dos milhares de pessoas presentes na sala, fossem delegados, convidados ou responsáveis pelas diversas tarefas de apoio ao Congresso. Para além do que representaram de elevação da consciência política.
Tempo de fazer, agir e lutar
A unidade e coesão demonstradas nas votações realizadas no Congresso só pode surpreender quem não conhece o funcionamento profundamente democrático do Partido Comunista Português. Ao contrário do que sucede noutras forças, a Resolução Política (aprovada por unanimidade) não foi apresentada aos delegados no próprio Congresso. A sua aprovação culmina, sim, um amplo debate em todo o colectivo partidário, que envolveu milhares de militantes, resultando em mais de mil propostas de alteração e adendas, a maioria das quais estão incluídas na versão final do documento.
Como afirmou Jorge Cordeiro, do Secretariado e da Comissão Política, ao apresentar o relatório da Comissão de Redacção, o debate preparatório do Congresso – como o verificado nos três dias da sua realização – constitui, em si mesmo, um «acto de afirmação de independência política e ideológica, construída na base da nossa própria avaliação sobre o País e o mundo, dos nossos objectivos, do nosso programa e projecto», aberto ao mundo e à vida e rejeitando recados e pressões externas.
A preparação e realização do Congresso permitiram afirmar, no colectivo partidário e para lá dele, importantes ideias e teses: a afirmação da actualidade do socialismo, a política patriótica e de esquerda como factor essencial à resposta aos problemas e aspirações dos trabalhadores e do povo e ao desenvolvimento do País, a ruptura com os constrangimentos e imposições externas, a luta de massas como elemento decisivo para defender, repor e conquistar direitos e para impor a alternativa, o PCP e o reforço da sua influência como elemento decisivo em todas as fases e etapas da luta pelos seus objectivos.
Passado o Congresso, é tempo de, com convicção e determinação, partir para a concretização das suas decisões. Como afirmou o Secretário-geral na sua intervenção de encerramento, a «concretização do fascinante projecto e objectivo por que lutamos, esse sonho milenar do ser humano de se libertar da exploração por outro homem, o projecto e ideal que nos trouxe a este Partido, possivelmente só será materializado para além das nossas vidas. Mas este é o nosso tempo! Tempo de fazer, agir e lutar por esse projecto e ideal. Torná-lo mais próximo e possível».
O Congresso em números
Em várias intervenções e documentos surgiram dados numéricos relativos ao XX Congresso do Partido. Pelo relatório da Comissão de Verificação de Mandatos, apresentado por Teresa Chaveiro, do Comité Central, ficou a saber-se que estiveram presentes 1154 delegados, dos quais 43 foram eleitos como suplentes mas que, por diversas razões, substituíram os delegados efectivos.
Dos delegados presentes, 111 tinham menos de 30 anos, 453 entre 31 e 50 anos, 385 entre 51 e 64 anos e 208 tinham 65 ou mais anos. A média de idades foi de 50 anos, tendo o delegado mais novo 17 e o mais velho 89. Do conjunto dos delegados, 33,3 por cento eram mulheres, e 140 aderiram ao Partido após o XIX Congresso, realizado no final de 2012. Outro dado relevante prende-se com a ligação dos delegados – e do Partido – às massas, seus movimentos e lutas: 62,13 por cento eram dirigentes de organizações e movimentos de massas, entre os quais 21,7 por cento em comissões de trabalhadores e estruturas sindicais; 39,5 eram eleitos em órgãos de poder local e central. No Congresso foram feitas cerca de 120 intervenções, anunciou Patrícia Machado, da Comissão Política, que dirigiu a última sessão.
A fase preparatória do Congresso, revelou Jerónimo de Sousa, foi marcada pela realização de 2151 reuniões, plenários e assembleias, em que participaram mais de 20 mil militantes. Das assembleias, 512 tiveram como um dos objectivos a eleição de delegados. O Partido conta actualmente com 54 280 membros, dos quais 5300 aderiram ao Partido nos últimos quatro anos.
Os fotógrafos
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Inês Seixas
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Jorge Cabral
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Jorge Caria
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Jaime Carita
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José Coelho
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Paulo Oliveira
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Rogério Pedro
- José Carlos Pratas