13 por cento

Margarida Botelho

Durante esta primeira quinzena de Novembro, a maior parte dos empresários da restauração terá de pagar o IVA referente aos seus negócios. Pela primeira vez em quatro anos, o IVA a liquidar será no valor de 13 por cento, correspondendo à nova taxa que entrou em vigor a 1 de Julho.

Esta notícia, significativa para uma grande fatia das micro, pequenas e médias empresas do sector da restauração, não teve praticamente eco nenhum nos principais órgãos de comunicação social, entretidos entre a web summit, o fugitivo de Aguiar da Beira e as eleições nos Estados Unidos.

Na verdade, a reposição do IVA da restauração é uma importante vitória da luta dos empresários do sector e um contributo importante para o desenvolvimento da economia nacional, estagnada há anos.

A decisão do governo PSD/CDS de aumentar o IVA da restauração para 23 por cento, integrada nas medidas do Orçamento do Estado para 2012, teve consequências dramáticas em muitas micro e pequenas empresas. Foi uma medida injusta, que empurrou para o encerramento milhares de empresas, causando o desemprego de milhares de trabalhadores e o consequente aumento de despesas na Segurança Social. Mesmo para as empresas que sobreviveram, o impacto foi grande, deixando muitas em situações de grande fragilidade.

Há quem desvalorize esta medida, argumentando que não se fará sentir no bolso dos consumidores, porque a generalidade dos preços não baixou com a nova taxa. Será verdade, mas também é certo que a esmagadora maioria das empresas da restauração não fez repercutir o aumento dos últimos quatro anos no preço final dos produtos, preferindo aguentar o aumento do imposto a arriscar a maior perda de clientes. Esta reposição da taxa permitirá aliviar a situação económica e financeira de um sector constituído maioritariamente por pequenas empresas.

Os empresários da restauração, alimentação e bebidas sabem que contaram com o PCP na luta contra o aumento do IVA. Sabem que foi o PCP a propor e defender esta descida. Podem contar com o PCP para continuar a defender os seus legítimos anseios.




Mais artigos de: Opinião

Já não salvam

Confirmando o perfil rasca e oportunista que o episódio de se disfarçar de «rapaz das pizas» já revelava, François Hollande, ainda Presidente da República francesa, protagonizou um livro que infligiu um duro golpe na sua presidência, no seu governo e no seu partido. O...

Sol na eira

Rui Moreira ambiciona ter uma lei eleitoral que no essencial lhe assegure «sol na eira e chuva no nabal». Ou seja colocar-se na posição de quem, em simultâneo, verbera e diaboliza os partidos políticos mas deseja poder aceder às prerrogativas processuais que estes...

A CGD

PSD e CDS têm vindo a fomentar um barulho infernal em torno da situação da Caixa Geral de Depósitos, o que reclama a sistematização de algumas ideias centrais. Se os salários dos Administradores da CGD têm os valores escandalosamente altos que têm,...

Eleições norte-americanas

Estas palavras são escritas quando ainda não são conhecidos os resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos, após uma degradante campanha eleitoral protagonizada pelos dois candidatos, Hillary Clinton e Donald Trump, a «escolha» imposta ao povo...

Nós e a Revolução de Outubro

No próximo ano vamos comemorar o centenário da Revolução de Outubro. Na sua reunião de 16 e 17 de Setembro o Comité Central aprovou a Resolução «Centenário da Revolução de Outubro – socialismo, exigência da actualidade e do futuro» e na passada segunda-feira o Secretário-Geral do Partido produziu uma importante intervenção na Sessão Comemorativa do 7 de Novembro.