SIRCA e incêndios em debate
No dia 17, realizou-se em Alvadia, Ribeira de Pena, um encontro promovido pela Associação dos Pastores Transmontanos (APT), que contou com a presença de pastores dos concelhos de Mondim de Basto, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Amarante, Boticas, Vila Real e Montalegre.
Na reunião foram discutidos problemas relacionados com a sanidade animal, decorrentes da não recolha dos cadáveres dos animais (na sequência da suspensão do SIRCA – Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais mortos na exploração) e os inconvenientes que tal situação comporta para os pastores. O facto de não existir recolha dos cadáveres por parte do consórcio tradicional, para além das questões ambientais, origina custos para os pastores. Já para não falar na dificuldade e apoio logístico para a implementação desta medida.
Quanto aos incêndios florestais, não obstante algumas freguesias dos concelhos supracitados não terem uma área ardida igual ou superior a 30 por cento da sua área total, conforme mencionado no despacho n.º 10803-A/2016, muitas aldeias e freguesias não têm qualquer área forrageira para pastoreio dos animais.
Esta escassez de área de pastoreio, quer privada, quer baldia, está a originar problemas acrescidos com a manutenção de muitos rebanhos, uma vez que estes, tendo o seu habitat de pastoreio natural ardido, não podem ocupar outros pastos que já estejam a ser pastoreados, assim como lhes está vedado o pastoreio em áreas florestais ardidas durante cinco anos.
Perante estes problemas, os pastores e a direcção da APT reclamam, entre outras medidas, que se retome o mais urgentemente possível a recolha dos cadáveres animais por parte do SIRCA, e que sejam actualizados os anexos relativos aos locais onde houve incêndios.