Conquistar direitos na EDP
Em dois comunicados, um dirigido aos trabalhadores da EDP e o outro exclusivo para os centros de contacto, o PCP denuncia a escandalosa disparidade existente entre os lucros e os rendimentos dos administradores da empresa, por um lado, e os salários auferidos pela generalidade dos funcionários, do outro.
Em 2015, a EDP registou lucros de 913 milhões de euros e 14 milhões foram directamente para os «bolsos dos gestores»; nesse mesmo ano, o presidente do Conselho de Administração, António Mexia, recebeu por dia qualquer coisa como 7 mil euros, ou seja, 875 euros por hora e 14,5 euros por minuto. Nos centros de contacto, onde o salário mínimo nacional é o salário base de grande parte dos trabalhadores, é necessário trabalhar 36 dias para auferir o que António Mexia recebe em apenas uma hora. Dito de outra forma, é preciso trabalhar 292 horas para ganhar o mesmo que o presidente do Conselho de Administração «numa única hora».
No comunicado dirigido aos trabalhadores da EDP, o Partido lembra que ao mesmo tempo que regista avultados lucros e paga tão generosamente aos seus administradores a empresa quer «negociar aumentos salariais de tostões com os trabalhadores». Aliás, acrescenta, nos últimos cinco anos – em que apresentou resultados líquidos superiores a mil milhões de euros – a EDP limitou os aumentos salariais a meras actualizações, ao mesmo tempo que reduziu o número de trabalhadores, «à custa da condenável externalização e concentração de serviços», e aumentou a tarifa sobre os utentes.