No debate quinzenal na AR, na passada sexta-feira, Jerónimo de Sousa questionou o primeiro-ministro sobre diversas matérias, das quais se regista aqui dois exemplos.

Sobre a necessidade de revogar a caducidade do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) do sector têxtil (negociado em 2012) e, ao abrigo dele, o direito dos trabalhadores à livre negociação. Isto porque a associação patronal do sector quer retirar o feriado municipal e o feriado do Carnaval, acabar com o direito ao subsídio de amas e reduzir mais o rendimento dos trabalhadores cortando no valor pago pelas horas extraordinárias e avançando com a possibilidade da semana de 60 horas.

Ou seja, enquanto a associação patronal, que sempre contou com o apoio do governo PSD/CDS. pensa em reduzir mais os rendimentos a quem recebe apenas o salário mínimo nacional, os trabalhadores batem-se em defesa do seu CCT.

Reclamou também uma solução política que dê resposta à autêntica «declaração de guerra» movida aos estivadores pelos concessionários dos portos e que, com um cerco de mentiras e mistificações, pretendiam que todos eles ficassem com vínculos precários, sem contratação colectiva e sem direitos.

Dois exemplos apenas que nos mostram como o PCP não desperdiça nenhuma oportunidade de dar força à luta dos trabalhadores para defender, repor e conquistar direitos; para valorizar o trabalho e os trabalhadores; para ir mais longe neste caminho e pela ruptura com a política de direita e por uma alternativa patriótica e de esquerda que, entre outras medidas, ponha fim às alterações negativas na legislação laboral que sucessivas revisões do Código do Trabalho pelo PSD, CDS e PS levaram à redução dos custos de trabalho e a um modelo económico assente nos baixos salários e na redução de direitos.

E enquanto o PCP se batia pelos direitos dos trabalhadores, PSD e CDS, disfarçando mal o seu rancor, traçavam um quadro dantesco destes cento e oitenta dias do quadro político que vivemos, desejosos de um rápido retorno à sua política de exploração e empobrecimento.