Manipulação
Os povos da América Latina estão a ser alvo de uma agressão económica, política e mediática do grande capital e do imperialismo. Venezuela e Brasil são dois dos principais alvos. A direita fascista e golpista, o poder judicial corrupto, os grupos económicos sabotadores e os grandes grupos e multinacionais da chamada comunicação social, são algumas das principais armas. Centramo-nos hoje na mediática. No Brasil, onde se cobriram com directos internacionais de vários minutos manifestações de 200 pessoas contra Dilma, oculta-se agora as centenas de jornadas de luta, com centenas de milhares de pessoas contra o governo golpista de Temer. O Brasil tende a «desaparecer» das notícias. O objectivo está alcançado. Agora é a Venezuela. Um semanário português publica esta semana um vergonhoso texto que desenha o completo caos naquele país. Mentiras são «sustentadas» com «relatórios» forjados pela direita venezuelana. A tese está feita: o povo da Venezuela vive na absoluta miséria, tem fome e é oprimido pela «ditadura» de Maduro que é incapaz de governar o país.
A imprensa portuguesa papagueia a «orientação« de Washington, Miami ou Madrid. E vale tudo. Transforma-se um boicote económico que em 20 meses significou perdas de 20 mil milhões de dólares numa incapacidade do governo venezuelano. Não se diz que a Venezuela está a importar três vezes mais do que necessita para comer porque 2/3 são perdidos em ataques de paramilitares e acções de boicote das empresas de distribuição. Fala-se de «caos» mas não se fala dos paramilitares colombianos infiltrados no país, não se mostra as imagens de golpistas a atacar polícias desarmados, nem se refere as declarações de Uribe sobre uma possível agressão militar a partir da Colômbia.
Tudo serve, inclusive o mais descarado silenciamento. A passada semana dezenas de deputados e senadores de mais de uma dezena de países da América Latina reuniram-se com centenas de pessoas na Casa do Alentejo, a convite da CGPT/IN, do CPPC e da AAPC. Foram 11 as intervenções sobre a realidade de outros tantos países. No entanto, à excepção do Avante! nem um único órgão de comunicação se mostrou interessado sobre o que tinham para dizer os representantes eleitos desses países. E isto tem um nome: manipulação.