NATO acolhe Israel
Israel aceitou o convite da NATO para abrir uma missão permanente junto da sede da organização, em Bruxelas. Com estatuto de Estado associado desde 1994, partilhando com outros países do Médio Oriente e Magreb o espaço de convergência denominado Diálogo Mediterrâneo, Israel vê a sua relação com o bloco político-militar imperialista francamente reforçada.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou o convite com o interesse da NATO na «[nossa] luta contra o terrorismo, o nosso know-how tecnológico, na nossa rede de espionagem e outras coisas».
Desde 2014 que o estreitamento formal de laços da NATO com Israel era obstaculizado pela Turquia, um dos 28 membros da Aliança Atlântica sem a permissão dos quais Telavive não podia estabelecer uma missão oficial junto da NATO. Com a normalização das relações entre as autoridades sionistas e o governo de Ancara, o último obstáculo foi removido, lembra, em comunicado o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM.
«Toda a história do Estado de Israel, após a sua fundação em 1948 (e mesmo antes), é uma história de agressão, expulsão e espoliação do povo palestino. Israel exerce uma ocupação brutal sobre os palestinos da Margem Ocidental, ocupada em 1967, e mantém a população de Gaza encerrada na maior prisão a céu aberto do mundo. Nega aos palestinos que são cidadãos de Israel a plenitude de direitos, que no pretenso “Estado democrático judaico” é reservada aos judeus. Continua a negar ao povo palestino o direito à constituição do seu Estado independente, conforme prescreve o Direito internacional. Israel, único país do mundo que não declara as suas fronteiras, tem alargado o seu território em sucessivas guerras, ocupa ilegalmente o território sírio dos Montes Golã – ocupação que, segundo afirmações recentes, pretende perpetuar –, a partir do qual apoia os terroristas que combatem o Estado sírio. Israel, que possui armamento nuclear mantido secreto e à margem do Direito Internacional, constitui um permanente factor de ameaça e desestabilização em todo o Médio Oriente», lembra o MPPM, para quem «a decisão agora tomada pela NATO oferece a Israel um suplemento de cobertura política e diplomática que é a todos os títulos reprovável».
O MPPM nota, ainda, que a verdadeira natureza da NATO, «belicista e contrária à liberdade dos povos, é posta a nu, em mais este exemplo flagrante, pela estreita colaboração com o regime sionista de Israel», e considera que «esta iniciativa não pode ser desligada dos planos das grandes potências em relação ao desmembramento da Síria e do Iraque, visando a desestabilização de todo o Médio Oriente».