Congresso do PCP

Traços e características distintivos

Os Es­ta­tutos de­finem o Con­gresso como o «órgão su­premo do Par­tido», com as com­pe­tên­cias, entre ou­tras, de «es­ta­be­lecer a linha po­lí­tica do Par­tido e tomar todas as de­li­be­ra­ções que en­tenda ne­ces­sá­rias res­pei­tantes à vida do Par­tido, à sua ori­en­tação e or­ga­ni­zação» e «eleger o Co­mité Cen­tral do Par­tido».

O êxito do Con­gresso do PCP re­sulta da acção co­lec­tiva

À luz das ca­rac­te­rís­ticas e traços dis­tin­tivos do fun­ci­o­na­mento do PCP, a pre­pa­ração e re­a­li­zação dos seus con­gressos é um pro­cesso que re­quer a má­xima atenção, en­vol­vi­mento, par­ti­ci­pação e con­tri­buto das suas or­ga­ni­za­ções e mi­li­tantes.

Na sua reu­nião de 4 e 5 de Março, o Co­mité Cen­tral de­finiu os seus ob­jec­tivos e as três fases in­ter­li­gadas e com­ple­men­tares para a sua pre­pa­ração e re­a­li­zação:

A pri­meira fase, que de­cor­rerá até final de Maio, as­senta na dis­cussão co­lec­tiva em todo o Par­tido das ques­tões fun­da­men­tais a que o Con­gresso deve dar res­posta, sobre as ma­té­rias es­tru­tu­rantes a in­te­grar nas Teses – Pro­jecto de Re­so­lução Po­lí­tica, a partir das ques­tões e tó­picos e das li­nhas de ori­en­tação ins­critos na Re­so­lução do CC de 4 e 5 de Março;

A se­gunda fase, que se de­sen­vol­verá até ao mês de Agosto, cons­tará da ela­bo­ração das Teses – Pro­jecto de Re­so­lução Po­lí­tica, tendo em conta o de­bate e as con­tri­bui­ções re­co­lhidas, na pri­meira fase;

A ter­ceira fase, com início em me­ados de Se­tembro, após a pu­bli­cação das Teses – Pro­jecto de Re­so­lução Po­lí­tica no Avante! que de­verá abrir um es­paço de­di­cado à in­ter­venção dos mi­li­tantes, em que se re­a­li­zará o de­bate em todo o Par­tido do pro­jecto de do­cu­mento apro­vado pelo Co­mité Cen­tral, a sub­meter à apre­ci­ação, e em que se pro­ce­derá à eleição dos de­le­gados, em con­for­mi­dade com o re­gu­la­mento pre­vi­a­mente apro­vado pelo Co­mité Cen­tral.

O Par­tido não fecha
para Con­gresso

Vamos pre­parar e re­a­lizar o XX con­gresso num quadro duma si­tu­ação na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal de grande exi­gência, como exi­gentes são as ta­refas que aí estão e es­tarão até à sua re­a­li­zação. Só temos uma or­ga­ni­zação do Par­tido, mas não po­demos fe­char para con­gresso. Também não o po­demos se­cun­da­rizar. Temos de o pre­parar ar­ti­cu­lando-o, li­gando-o à vida.

Como re­fere a re­so­lução do CC de 4 e 5 de Março, «a pre­pa­ração e re­a­li­zação do XX Con­gresso, no quadro da ac­tual si­tu­ação, vi­sando a res­posta às grandes ques­tões que se co­locam, in­sere-se no tra­balho geral do Par­tido e deve con­tri­buir para o de­sen­vol­vi­mento da luta de massas, para o re­forço da uni­dade e or­ga­ni­zação dos tra­ba­lha­dores e de ou­tras classes e ca­madas não mo­no­po­listas, para a in­ter­venção, o re­forço do Par­tido e a afir­mação do seu ideal e pro­jecto».

Uma ta­refa
do co­lec­tivo par­ti­dário

O Co­mité Cen­tral «apela às or­ga­ni­za­ções e aos mi­li­tantes do Par­tido, a todo o co­lec­tivo par­ti­dário, para con­tri­buírem para o êxito do XX Con­gresso, com a sua ex­pe­ri­ência, re­flexão e opi­nião. Para o for­ta­le­ci­mento do Par­tido e para o de­sen­vol­vi­mento da luta pela me­lhoria das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo, pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, por uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, pela de­mo­cracia avan­çada, pelo so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo.» Di­fe­ren­te­mente do que se passa nos ou­tros par­tidos, para o PCP, a pre­pa­ração e re­a­li­zação do Con­gresso é um pro­cesso cujo êxito não re­sulta da acção iso­lada de certos di­ri­gentes, res­pon­sá­veis ou «ba­rões» mas da acção co­lec­tiva em que se in­serem os con­tri­butos in­di­vi­duais dos seus mem­bros.

Ar­ti­cu­lação di­a­léc­tica
do in­di­vi­dual e do co­lec­tivo

No quadro da cons­trução do tra­balho co­lec­tivo, todas as opi­niões têm igual valor porque re­sultam da re­flexão, da ex­pe­ri­ência e do saber acu­mu­lado por cada um dos mi­li­tantes. Não há mi­li­tantes de pri­meira e mi­li­tantes de se­gunda; mi­li­tantes para falar e mi­li­tantes para ouvir. Todos, de igual modo, são cha­mados a par­ti­cipar nas reu­niões, ple­ná­rios e as­sem­bleias pre­pa­ra­tó­rias do Con­gresso e a le­varem aí as suas re­fle­xões, opi­niões, crí­ticas, ex­pe­ri­ên­cias e sa­beres para a cons­trução do tra­balho co­lec­tivo.

Uma única ori­en­tação geral
e di­recção cen­tral

O tra­balho co­lec­tivo não anula, antes pelo con­trário, im­plica o con­tri­buto in­di­vi­dual. A lei­tura, a re­flexão e a ex­pe­ri­ência in­di­vi­dual de cada membro do Par­tido são ele­mentos im­pres­cin­dí­veis para o êxito do Con­gresso. E é no apu­ra­mento e va­lo­ri­zação dos muitos con­tri­butos in­di­vi­duais em torno das ori­en­ta­ções ge­rais, ver­tidas numa pri­meira fase no con­junto de tó­picos postos à dis­cussão pela Di­recção do Par­tido que se chega à ela­bo­ração das teses que, uma vez apro­vadas pelo Co­mité Cen­tral serão postas, numa ter­ceira fase, à dis­cussão co­lec­tiva, vol­tando a re­ceber os con­tri­butos das or­ga­ni­za­ções e mi­li­tantes em novo pe­ríodo de de­bate com início em me­ados de Se­tembro.

Teses que du­rante o de­bate nos três dias do Con­gresso ainda podem re­ceber con­tri­butos e pro­postas dos de­le­gados eleitos e, uma vez apro­vadas no Con­gresso, se con­vertem em Re­so­lução Po­lí­tica que, cons­truída pelo co­lec­tivo par­ti­dário no exer­cício de uma ampla de­mo­cracia in­terna, se trans­forma numa única ori­en­tação geral para a acção de todo o Par­tido.

Esta é a forma que temos de or­ga­nizar o nosso Con­gresso, que cor­res­ponde aos prin­cí­pios or­gâ­nicos que nor­teiam a nossa ac­ti­vi­dade par­ti­dária (ver caixa) e que re­flectem uma pro­funda de­mo­cracia in­terna, como re­fere o ca­ma­rada Álvaro Cu­nhal no Par­tido com Pa­redes de Vidro.


Es­ta­tutos do PCP

Ca­pí­tulo III, Prin­cí­pios or­gâ­nicos.

Art.º 16.º.1

«A es­tru­tura or­gâ­nica e o fun­ci­o­na­mento do Par­tido as­sentam em prin­cí­pios que, no de­sen­vol­vi­mento cri­a­tivo do cen­tra­lismo de­mo­crá­tico, res­pon­dendo a novas si­tu­a­ções e en­ri­que­cidos com a ex­pe­ri­ência, visam as­se­gurar si­mul­ta­ne­a­mente, como ca­rac­te­rís­ticas bá­sicas, uma pro­funda de­mo­cracia in­terna, uma única ori­en­tação geral e uma única di­recção cen­tral.»

 
 

O Par­tido com Pa­redes de Vidro

«Os con­gressos e con­fe­rên­cias na­ci­o­nais do Par­tido e as as­sem­bleias das or­ga­ni­za­ções re­pre­sentam um im­por­tan­tís­simo papel na vida par­ti­dária e cons­ti­tuem uma das mais ricas ma­ni­fes­ta­ções do cen­tra­lismo de­mo­crá­tico. (…)

«En­vol­vendo todo o Par­tido, do Co­mité Cen­tral às or­ga­ni­za­ções de base, os con­gressos cons­ti­tuem uma exal­tante afir­mação do grande co­lec­tivo que é o PCP. Os con­gressos são o co­lec­tivo a pensar, a tra­ba­lhar, a re­a­lizar, a de­cidir, num en­tu­siás­tico em­pe­nha­mento con­junto que dá uma justa me­dida de como no PCP a ori­en­tação po­lí­tica, a in­tensa ac­ti­vi­dade, a uni­dade e a dis­ci­plina são in­se­pa­rá­veis da de­mo­cracia in­terna. (…)

«As as­sem­bleias, tal como os con­gressos e con­fe­rên­cias na­ci­o­nais do Par­tido à es­cala na­ci­onal, mo­bi­lizam as or­ga­ni­za­ções para o exame da si­tu­ação no âm­bito da ac­ti­vi­dade da or­ga­ni­zação res­pec­tiva, para o ba­lanço do tra­balho re­a­li­zado e para a de­fi­nição da ori­en­tação a se­guir. For­ma­lizam a pres­tação de contas pelos or­ga­nismos di­ri­gentes. Con­cre­tizam a eleição dos or­ga­nismos di­ri­gentes. Es­ti­mulam e di­na­mizam a mi­li­tância e todas as ac­ti­vi­dades. De­sen­volvem a prá­tica do tra­balho co­lec­tivo e en­ri­quecem a sua con­cepção. Re­forçam a co­esão e a uni­dade par­ti­dá­rias.

«Os con­gressos e as con­fe­rên­cias na­ci­o­nais do Par­tido e as as­sem­bleias das or­ga­ni­za­ções, assim como con­fe­rên­cias e en­con­tros na­ci­o­nais de or­ga­ni­za­ções de sector, apre­sentam cada qual de certa forma uma sín­tese e uma re­sul­tante do es­tilo de tra­balho do PCP.

«No re­fe­rente aos prin­cí­pios or­gâ­nicos, dão exem­plos do in­subs­ti­tuível valor da de­mo­cracia in­terna e do tra­balho co­lec­tivo, sua mais alta ex­pressão, como com­po­nentes do cen­tra­lismo de­mo­crá­tico.»

 



Mais artigos de: PCP

Força de futuro

«Um fu­turo me­lhor para os Açores» é o que se propõe cons­truir a Or­ga­ni­zação da Re­gião Au­tó­noma dos Açores do PCP, que re­a­lizou no fim-de-se­mana, em Ponta Del­gada, o seu 10.º Con­gresso. Je­ró­nimo de Sousa es­teve pre­sente.

Organização e consciência<br>de classe

A célula dos ferroviários da Organização Regional de Lisboa é uma poderosa organização do Partido. Tem quadros experimentados, militantes combativos e goza de uma considerável influência junto dos trabalhadores do sector, o que, como é evidente, se...

Crescer junto dos reformados

A afir­mação junto dos re­for­mados, pen­si­o­nistas e idosos e a or­ga­ni­zação dos co­mu­nistas que se en­con­tram nesta si­tu­ação são duas das ori­en­ta­ções do Par­tido.

<i>A Luz que Rompe as Trevas</i>

As Edi­ções Avante! pu­blicam A Luz Que Rompe as Trevas, do sul-afri­cano Alex la Guma. É o nono vo­lume da co­lecção Bi­bli­o­teca Avante!, que con­tinua a edição de grandes ro­mances mun­diais de re­sis­tência e luta.

Sisaltina Santos fez 90 anos

Dezenas de pessoas fizeram questão de marcar presença, em Setúbal, na comemoração do 90.º aniversário de Sisaltina Santos, destacada militante comunista que passou 25 anos na clandestinidade e um na prisão, e companheira de vida e de luta...

Mais e melhor festa

«Mais e melhor Festa, reforçar o Partido, intensificar a luta» foi o lema da 23.ª Assembleia da Organização da célula da Festa do Avante!, que se realizou no dia 9. A iniciativa, que contou com a participação de Carlos Gonçalves, da Comissão...

Concurso de bandas<br>já começou

Já começaram as eliminatórias do Concurso de Bandas para o Palco Novos Valores da Festa do Avante!, promovido pela JCP. A primeira realizou-se em Marco de Canaveses, a 25 de Março, e a segunda no passado dia 7, em Lisboa, promovida pela Organização do Ensino Superior....