Linha do Oeste sub-aproveitada
A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO) esteve reunida, no dia 11, nas Caldas da Rainha, para apreciar o conjunto de medidas que o Governo pretende concretizar no âmbito do Plano de Investimentos em Infra-estruturas-Ferrovia 2020, para proceder à modernização deste troço ferroviário, objectivo há muito reivindicado pelas populações, agentes económicos e autarcas.
O Plano de Investimentos, divulgado em Fevereiro pelo ministro do Planeamento e Infra-estruturas, aponta para um investimento no valor de 106,8 milhões de euros, na modernização da Linha do Oeste, incluindo a electrificação e intervenção nos sistemas de sinalização e telecomunicações e na criação de desvios activos e de pontos de cruzamento para comboios de 750 metros, mas somente no troço entre Meleças e Caldas da Rainha. O prazo de conclusão está previsto para o segundo trimestre de 2020.
A comissão contesta o facto de a intervenção prevista «omitir por completo o restante troço da Linha do Oeste, entre Caldas da Rainha e o Louriçal, bem como a ligação à Figueira da Foz, o que amputa por completo o efeito positivo da intervenção que venha a ser feita entre Caldas da Rainha e Meleças, em termos de operacionalidade».
«Se vierem a ser utilizadas composições eléctricas nesta parte da linha – o que se espera que aconteça – no caso do transporte de passageiros continuará a existir a absurda situação da mudança de comboios nas Caldas da Rainha de ou para uma composição a diesel», salienta, em comunicado, a CPDLO, antevendo que, no caso dos percursos inter-regionais, «não haverá uma redução do tempo de viagem, questão fundamental para tornar o transporte ferroviário de passageiros mais competitivo do que o transporte rodoviário».
Por outro lado, «se entendermos a questão no plano de meio de transporte ferroviário regional ou suburbano, dadas as características actuais da linha, de via única e traçado sinuoso e lento, não se afiguram igualmente vantagens do plano de modernização tal como ele se apresenta», afirma a comissão.
Relativamente ao transporte de mercadorias, que, na opinião da CPDLO, «suporta todo o Plano de Investimentos», refere-se no comunicado que «não haverá redução de custos, já que a ausência de electrificação a Norte das Caldas da Rainha fará com que continuem a ser utilizadas as composições a diesel».