Sem emenda, sempre!
Passos Coelho avançou na «recandidatura» a líder do PSD, com o slogan «social-democracia, sempre!»; é a saída possível do directório dos barões para não «abrir falência» e por isso se afirmou «preparado para voltar a ser primeiro-ministro».
Dias antes, P. Portas disse que não continua como chefe do CDS-PP, salta do barco naufragado para um projecto de empresário, comentador e putativo candidato a PR, daqui a dez anos (copiando MRS), e para amenizar as «conotações negativas» indigitou a «solução simpática» de A. Cristas.
Estes desenvolvimentos, de sentido diverso, são expressão do mesmo «problema» do PSD e CDS, agora divorciados por conveniência, mas comprometidos a juntar os trapinhos mais adiante, se e quando tiverem oportunidade e for útil aos grandes interesses que servem.
O «problema» é a derrota que sofreram nas legislativas de 4 de Outubro, o seu afastamento do governo e a formação e exercício de um Governo PS, na base da iniciativa do PCP e da posição conjunta PS-PCP, que abriu caminho à inversão da política dos últimos anos. O «problema» são as medidas positivas para os trabalhadores e o povo, que sendo insuficientes – porque são decididas por um Governo PS, incapaz de enfrentar as imposições externas –, tornam mais claro que é possível e necessária a ruptura efectiva com a política de direita e uma política patriótica e de esquerda para o País.
E nem mesmo a eleição de um «Cavaco a cores» para PR afasta o «problema» que o 4 de Outubro trouxe ao PSD e CDS.
Sem emenda, procuram reverter a política de exploração, empobrecimento e declínio nacional. A mistificação do «reajustamento» de imagem e do discurso de «moderação», «social-democrata» ou «centrista», visa apenas a manipulação de hesitantes nesse percurso.
E sempre o anticomunismo como arma dilecta desse plano, por todos os meios possíveis – ocultação, mentira e intoxicação mediática e do seu «fantasma propagandístico», ameaças e repressão se puderem –, aí estarão em força em todo este 2016 do nosso XX Congresso.
Vendidos à troika, aos bancos e especuladores, subservientes às imposições de Bruxelas e dispostos a tudo para explorar e estrangular direitos dos trabalhadores e do povo, como agora se (re)comprovou no Orçamento do Estado. Sem emenda, sempre!