Debater, planificar, concretizar
Os organismos do Partido aos mais variados níveis estão a analisar os resultados alcançados nas eleições para a Presidência da República e a traçar as linhas de acção para o futuro imediato.
O reforço do Partido é uma das questões centrais para o futuro
A discussão colectiva é uma marca distintiva do PCP, que encontra nela uma das suas vitais fontes de força. Como acontece com regularidade na actividade partidária quotidiana, estão a realizar-se reuniões e plenários para avaliação da situação política e social, análise das eleições presidenciais e definição de objectivos orgânicos e prioridades políticas para os próximos meses.
A Direcção da Organização Regional de Setúbal, reunida no dia 29, considerou que «cada um dos votos na candidatura de Edgar Silva é um voto que conta no combate ao desânimo e ao desalento», ao mesmo tempo que corresponde a um «sólido comprometimento com uma política patriótica e de esquerda». O candidato apoiado pelo PCP teve, na Península de Setúbal, mais de 30 mil votos e uma expressão eleitoral de nove por cento, que a DORS garante ter ficado «aquém do valor que o seu projecto exigia». Já a campanha realizada foi «activa, de massas, de grande participação popular», afirmando os valores de Abril.
Em Évora, onde Edgar Silva obteve 8137 votos e 11, 52 por cento, a Direcção da Organização Regional do Partido reconhece que o principal objectivo da candidatura – garantir a eleição de um Presidente que defendesse, respeitasse e cumprisse a Constituição – não foi cumprido, ao mesmo tempo que valoriza o conjunto de questões que só ela colocou no debate pré-eleitoral, nomeadamente as que se relacionam com os direitos dos trabalhadores e do povo e com o rumo de desenvolvimento, justiça social e soberania que defendia para o País. O reforço da organização do Partido e a dinamização da sua iniciativa política são questões fundamentais, no imediato.
No distrito de Beja, onde a candidatura de Edgar Silva «realizou uma vasta e diversificada campanha em todos os concelhos e freguesias, nas empresas e locais de trabalho, junto dos trabalhadores e das populações», a Direcção da Organização Regional do PCP valoriza a acção do candidato e dos activistas na construção de uma campanha «sem paralelo com quaisquer outras candidaturas». Apesar disso, o resultado alcançado – 15, 6 por cento – fica aquém do que se impunha. Para o futuro, para além das tarefas e campanhas nacionais, a DORBE realça o almoço de aniversário do Partido, a 20 de Março; o encontro de quadros, marcado para 7 de Maio, e, a 20 desse mês, a homenagem a Catarina Eufémia.
Êxitos e desafios
A Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP, reunida no dia 29, avaliou o resultado alcançado por Edgar Silva na região (3,55 por cento dos votos) e valorizou a «intensa campanha de contacto, mobilização e esclarecimento» que também no distrito de Faro foi realizada. A DORAL recorda as grandes iniciativas que o Partido tem previstas a nível central – campanha junto dos trabalhadores e acção junto dos reformados, os aniversários do Partido e da Constituição, a prestação de contas dos eleitos autárquicos, a preparação da Festa do Avante! e do XX Congresso – e destaca a importância do reforço orgânico, designadamente quanto ao recrutamento de novos militantes, o fortalecimento da organização nas empresas e locais de trabalho, o alargamento da venda do Avante! e o reforço da independência financeira.
Em Aveiro, a Direcção da Organização Regional do Partido também valorizou a campanha realizada e os temas colocados no debate político pela candidatura de Edgar Silva, ao mesmo tempo que alertou para o «enorme avanço» com que Marcelo Rebelo de Sousa partiu para estas eleições graças aos favores da generalidade dos órgãos de comunicação social e ainda para o elevado patamar de populismo e expressões antidemocráticas revelado na campanha eleitoral.
Valorizando a «importante conquista» que foi a reversão da entrega do Hospital de São João da Madeira para a Misericórdia, mantendo-se assim no quadro do Serviço Nacional de Saúde, a DORAV realça mesmo o facto de Portugal ser, hoje, o único país da UE em que os trabalhadores estão a recuperar «direitos e rendimentos». Ao nível do reforço do Partido, a DORAV reafirma as conclusões de reuniões anteriores e valoriza o «êxito inequívoco» da campanha de fundos para a aquisição da Quinta do Cabo, cujos objectivos distritais estão cumpridos a «100 por cento».