Brasil combate golpe
Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se fez ontem uma semana em defesa da legalidade e contra a ilegal tentativa de afastamento da presidente eleita do Brasil.
Ocorreram manifestações em 70 cidades de 26 dos 27 estados
Para os organizadores do protesto, em causa na tentativa de deposição de Dilma Rousseff estão a democracia e o objectivo da direita de vingar a derrota eleitoral nas presidenciais de 2014, bem como travar e reverter algumas das conquistas económicas e sociais alcançadas pelo povo nos últimos anos.
De acordo com informações apuradas por agências internacionais, na quarta-feira, 16, ocorreram manifestações em 70 cidades de 26 dos 27 estados brasileiros, num total de mais de 200 mil pessoas nas ruas. O destaque no conjunto das mobilizações vai para a acção de massas realizada na Avenida Paulista, onde mais de 100 mil pessoas rejeitaram o golpe e exigiram a demissão de Eduardo Cunha, presidente do Congresso que aceitou o pedido de impugnação do mandato presidencial.
Para São Paulo convergiram dirigentes dos principais sindicatos e confederações laborais, partidos e movimentos e organizações que têm suportado os governos liderados por Rousseff. E foi também na cidade que estes se reuniram, sexta-feira, 18, fazendo um balanço positivo das iniciativas . Agendaram, para o próximo dia 18 de Janeiro, um plenário nacional para avaliar a conjuntura e estabelecer um calendário, em cujo deverá constar uma jornada nacional a realizar na primeira quinzena de Março de 2016.
Entretanto, o Supremo Tribunal Federal do Brasil rejeitou a comissão constituída para iniciar o processo de averiguação das alegadas razões para caçar o mandato de Dilma Rousseff, considerando inválida a selecção dos parlamentares propostos para a integrarem e a forma da sua eleição. A decisão remete o processo para a Câmara dos Deputados.
Os magistrados do Supremo reconheceram, igualmente, que o Senado tem prevalência sobre a câmara baixa do Congresso para decidir do afastamento da presidente.