Reafirmada opção de luta
No 3.º Congresso da maior federação da CGTP-IN nos sectores da indústria foi afirmada a determinação de afrontar o patronato, com a acção reivindicativa nas empresas, e de exigir da AR leis favoráveis aos trabalhadores.
A CGTP-IN avança na preparação do 13.º Congresso
«Um caminho de esperança foi aberto», mas «ninguém o percorrerá por nós», pois «nada do que nos foi roubado será revertido na passadeira vermelha da importante frente institucional», alertou o coordenador da Fiequimetal (Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas), Rogério Silva, logo na abertura do congresso, ao apresentar a proposta de Programa de Acção para o período até 2019, a par de uma apreciação da actividade sindical desde 2011.
Arménio Carlos, no encerramento, apontou «quatro eixos» de desenvolvimento da acção, os quais, como assinalou o Secretário-geral da CGTP-IN, «não constam no programa do Governo» que fora aprovado poucas horas antes: a contratação colectiva, rompendo os bloqueios patronais a que o novo regime de caducidade deu ânimo; a valorização do trabalho, atacando o modelo de baixos salários, desemprego e desqualificação; a distribuição da riqueza e o aumento dos salários, mantendo a exigência de um salário mínimo de 600 euros em 2016; e a defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado. Admitiu que venha a ser feito apelo a que os trabalhadores se manifestem para exigir do Parlamento a revogação das leis gravosas aprovadas pela maioria PSD/CDS na legislatura anterior.
Quer pelos resultados que permitiu alcançar nos últimos quatro anos, quer pelo agravamento da exploração que os trabalhadores sofrem no dia-a-dia, quer para exigir uma política que aponte ao desenvolvimento da produção nacional e, em particular, à definição de um plano de reindustrialização do País, a luta colectiva organizada esteve presente em praticamente todas as 32 intervenções e na resposta dos mais de 300 delegados, em representação dos dez sindicatos que constituem a Fiequimetal.
O 3.º Congresso decorreu durante todo o dia 27 de Novembro, no cine-teatro municipal de Estarreja, sob o lema «Juntos construímos o futuro – Melhores salários, Emprego com direitos, Condições de Trabalho Dignas, Aumento da produção nacional». Estiveram presentes várias dezenas de convidados nacionais e delegações de dezena e meia de organizações sindicais estrangeiras e internacionais. Estas delegações participaram, no dia 26, num encontro internacional que a Fiequimetal organizou na Casa Sindical, no Porto.
A preparação do congresso decorreu desde Março, incluindo a realização de encontros e reuniões sobre juventude e igualdade entre mulheres e homens (15 de Maio), formação sindical e em segurança e saúde no trabalho (28 de Maio), informação e propaganda (26 de Junho), acção dos conselhos europeus de empresa (18 de Setembro) e acção sindical integrada (9 de Outubro).
Como assinalou Arménio Carlos, este congresso representa um importante contributo para a próxima reunião magna da confederação, que vai ter lugar a 26 e 27 de Fevereiro, em Almada.
Foram aprovadas três resoluções: uma que sintetiza as «reivindicações imediatas dos trabalhadores»; outra sobre acção sindical e reforço da organização nos locais de trabalho; e outra onde se analisa a situação internacional e se defende a paz e o progresso dos povos. Aos delegados foi distribuído um estudo sobre a evolução económica e a situação na indústria e energia.
Contendo as orientações para o próximo quadriénio, o Programa de Acção aprovado deverá ser o instrumento fundamental para o trabalho da Direcção Nacional da federação. Dos 85 dirigentes agora eleitos, com uma média etária de 46 anos, 32 não faziam parte da direcção cessante.
Após o encerramento dos trabalhos, actuou o grupo coral de Aljustrel do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira.