Sindicatos saúdam decisões na AR

Boas notícias

As federações sindicais dos professores e dos trabalhadores de transportes congratularam-se com as posições maioritárias assumidas no dia 27, no plenário parlamentar.

O Parlamento dá sinais positivos para a luta dos trabalhadores

«Uma vitória da luta em defesa do serviço público de transportes» foi como a Fectrans/CGTP-IN considerou «a posição política de reverter os processos de privatização no Metropolitano de Lisboa, Metro do Porto, Carris e STCP», assumida por PCP, PEV, PS e BE (como noticiamos na página 13 desta edição).
Num comunicado que publicou ao início da noite dessa sexta-feira, a federação considera que a maioria parlamentar «no plano institucional, deu corpo a um dos principais objectivos da luta de trabalhadores e utentes nestes últimos anos, em defesa do serviço público de transportes».
«Deu-se início efectivo ao fim da transformação de um direito dos cidadãos num negócio ao serviço dos grupos económicos e financeiros», mas agora é preciso que a decisão política «ganhe força no plano executivo, para que, rapidamente, se recoloque estas empresas com estratégias para o futuro ao serviço dos cidadãos e do bem público».
A Fectrans assinala tratar-se de «uma importante vitória dos trabalhadores e dos utentes», que «deve estimular a continuação da luta em defesa das empresas que ainda estão ameaçadas» por processos de privatização (TAP e CP Carga) e da luta pela reversão da fusão da Refer com a Estradas de Portugal, tal como do combate «para que todas estas empresas assumam efectivamente uma função social ao serviço do País e prestem um serviço público seguro e de qualidade».
Para tal, a federação reclama «medidas para assegurar a manutenção do material circulante e das infra-estruturas e garantir os serviços, dotando as empresas dos meios técnicos e humanos necessários para que se ponha fim a um processo de degradação a que se vem assistindo e que origina um aumento significativo das avarias, incidentes e supressão de serviços».

«Acabaram-se os “exames da 4.ª classe” e esse é um sinal positivo que a actual maioria parlamentar dá ao País, renovando a esperança de quantos acreditam numa escola pública democrática, ou seja, de qualidade, gratuita, para todos e inclusiva» – comentou a Federação Nacional de Professores.
Numa nota do seu Secretariado Nacional, divulgada dia 27 (reagindo à votação que destacamos na página 15), a Fenprof reiterou que os exames não acrescentam qualidade ao ensino, pois o que a acrescentaria seria a melhoria das condições de trabalho nas escolas.
A federação lembrou o que afirmou em 2013, quando os exames finais no quarto ano de escolaridade foram recuperados pelo ministro Nuno Crato e pelo Governo PSD/CDS. Os velhos exames da 4.ª classe, «para além de serem um atropelo pedagógico, provocavam transtorno nos pais, que eram obrigados a transportar os seus filhos para os locais onde se realizavam os exames, e também na vida das escolas, com aulas a serem anuladas», e representavam «um dos pilares da velha escola salazarenta que, mesmo antes do 25 de Abril de 1974, começou a ser enterrada». Essa escola tinha características que a Fenprof detectou e combateu na anterior legislatura, nomeadamente: desvalorização dos currículos, distinguindo disciplinas ditas essenciais; ausência de respostas gratuitas na escolaridade obrigatória; excessivo número de alunos por turma; horários de trabalho excessivos para docentes e alunos; desvio precoce de alunos para vias profissionais desvalorizadas; uma fraca acção social escolar, incapaz de contribuir positivamente para a igualdade de oportunidades.

 

Revogação é urgência

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública reagiu positivamente à intenção do Governo de revogar o regime de requalificação, alertando para a urgência de ser aprovada essa medida. «Será uma boa notícia o Governo revogar a lei da requalificação e não existir mais a lei», mas «só podemos ficar descansados em relação a isso quando o Governo fizer a revogação», disse a coordenadora daquela estrutura à agência Lusa, no dia 30, segunda-feira. Ana Avoila reagia assim a uma notícia do jornal «i», citando fonte do Governo PS liderado por António Costa.
A revogação da lei da requalificação está inscrita na Proposta Reivindicativa para 2016, que a Frente Comum pretendia entregar ao Governo, ainda esta semana.
«O Governo vai ter de a discutir, porque é inadmissível que se mantenha», com grandes cortes nos vencimentos (reduzidos a 60 por cento) e «porque essas pessoas fazem falta nos serviços», onde há «cada vez menos trabalhadores», frisou Ana Avoila.
A lei da requalificação completou dois anos nesta terça-feira. Começou a ter efeitos práticos em Fevereiro deste ano, sobre mais de 600 trabalhadores da Segurança Social, que podem ser despedidos ao fim de doze meses.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Reafirmada opção de luta

No 3.º Congresso da maior federação da CGTP-IN nos sectores da indústria foi afirmada a determinação de afrontar o patronato, com a acção reivindicativa nas empresas, e de exigir da AR leis favoráveis aos trabalhadores.

Aumentar salários na ferrovia

Sem actualização salarial desde 2009, os ferroviários estão a perder 7,23 por cento, o que ainda mais justifica a apresentação de propostas reivindicativas em todas as empresas. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário publicou um quadro, com exemplos...

Demissão com mais razão

A administração comum da Transtejo e da Soflusa já deveria ter sido demitida, pela sua «prática de confronto com os trabalhadores e geradora de conflitos laborais, com uma onda repressiva nunca antes vista». Para os sindicatos da Fectrans no sector fluvial, as razões para...

Combates contra despedimentos

«Como pode encerrar um hotel que estava sempre cheio?» – questionou no dia 27 de Novembro o Sindicato da Hotelaria do Norte, ao denunciar o encerramento do Premium Porto Centro (Lapa), na Travessa Antero de Quental, e o «jogo do empurra» a que os 14...

Reforma Agrária

A União dos Sindicatos do Norte Alentejano (CGTP-IN) promove no sábado, 5, às 18 horas, em Avis, um conjunto de iniciativas para assinalar o 40.º aniversário da Reforma Agrária. No Auditório Municipal Ary dos Santos será inaugurada a exposição...