Políticas europeias agravam problemas

A estratégia UE2020 e o chamado semestre europeu foram dois dos temas em debate na sessão do Parlamento Europeu da passada semana.

Na sua intervenção, dia 28, o deputado do PCP, João Ferreira, lembrou que, «na linha do que já antes sucedera com a Estratégia de Lisboa», a estratégia UE2020 «não respondeu aos graves problemas que enfrentamos. Pelo contrário, as políticas contidas nestas estratégias são responsáveis por esses mesmos problemas».

«É tempo de mudar de políticas. É tempo de resolver seriamente os problemas sociais que a Europa enfrenta. É tempo de acabar com o garrote da dívida, da governação económica, do Semestre Europeu, do Tratado Orçamental. É tempo de recuperar o controlo público, democrático, de empresas e sectores estratégicos da economia. É tempo de ressuscitar o investimento público produtivo. Criar emprego. Criar riqueza e distribuir de uma forma socialmente justa a riqueza criada», concluiu o deputado.

Na mesma semana, o deputado do PCP, Miguel Viegas, qualificou o «semestre europeu», que operacionaliza a governação económica, como uma «verdadeira arma de submissão dos estados nacionais ao credo neoliberal», considerando que veio agravar os problemas económicos e sociais em vários países.

«Em Portugal, a consolidação orçamental gerou mais desemprego, mais pobreza, mais desigualdades sociais e uma dívida pública nunca vista na história da nossa democracia. Mas também a Europa, com 25 milhões de desempregados e 120 milhões de pobres, não avança apesar dos milhares de milhões de euros do BCE injectados no sistema financeiro».

Como referiu o deputado, «a governação económica promove um enquadramento macroeconómico incompatível com qualquer política de relançamento económico» e aludiu ao exemplo finlandês, «outrora um modelo de virtudes no que toca à disciplina orçamental, mas que não escapou à recessão e acabou também por furar o limite do défice».




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