Avidouro reclama ajudas para os viticultores

Vindimas sem festa

Em plena azá­fama das vin­dimas na Re­gião De­mar­cada do Douro, os agri­cul­tores con­frontam-se com grandes di­fi­cul­dades, agra­vadas pelos atrasos no pa­ga­mento das ajudas na­ci­o­nais e co­mu­ni­tá­rias, alerta a Avi­douro.

As vin­dimas são uma dor de ca­beça para pe­quenos e mé­dios vi­ti­cul­tores

Pese em­bora existir a ex­pec­ta­tiva de um ano ex­cep­ci­onal, os vi­ti­cul­tores du­ri­enses vêem-na «es­friar», em vir­tude da quebra de pro­dução pro­vo­cada pela seca – que também atingiu o olival – e pelas «más po­lí­ticas agrí­colas» deste Go­verno, na sequência das que foram apli­cadas por an­te­ri­ores exe­cu­tivos, afirma a As­so­ci­ação dos Vi­ti­vi­ni­cul­tores In­de­pen­dentes do Douro num co­mu­ni­cado. 
Para além disso, o «cró­nico» atraso no pa­ga­mento das ajudas na­ci­o­nais e es­tran­geiras, por parte do Go­verno, con­tribui para a des­ca­pi­ta­li­zação dos agri­cul­tores, for­çando-os a aban­donar as ex­plo­ra­ções, pelo que a Avi­douro re­clama o pa­ga­mento ime­diato das ajudas da PAC (Po­lí­tica Agrí­cola Comum), do PDR 2020 (Pro­grama de De­sen­vol­vi­mento Re­gi­onal) e aos pro­jectos VITIS.

A este res­peito, a as­so­ci­ação re­corda que, nas três úl­timas cam­pa­nhas, foram feitos adi­an­ta­mentos de al­guns destes pa­ga­mentos a 31 de Julho e que, em 2014, foi re­a­li­zado o pa­ga­mento de 70 por cento das MZD (me­didas para a ma­nu­tenção da ac­ti­vi­dade em zonas des­fa­vo­re­cidas). Ora, tendo em conta que a mi­nistra da Agri­cul­tura acaba de anun­ciar que, até 31 de Ou­tubro, irá pagar al­gumas verbas do PDR 2020 para me­didas agro-am­bi­en­tais, a Avi­douro rei­vin­dica que, de igual modo, seja pago, pelo menos, uma parte do des­ti­nado às me­didas MZD.

Outra questão su­bli­nhada no do­cu­mento é a da re­es­tru­tu­ração da vinha ao abrigo do Pro­grama VITIS: como, por um lado, houve al­te­ra­ções subs­tan­ciais na me­to­do­logia das vi­sitas de con­trolo de campo e na in­serção de dados nos com­pu­ta­dores, e, por outro, os ser­viços téc­nicos do Mi­nis­tério da Agri­cul­tura só agora estão a re­ceber for­mação, re­gistam-se atrasos nos pa­ga­mentos dos pro­jectos dos vi­ti­cul­tores.

Ataque à Casa do Douro

A mi­nistra da Agri­cul­tura e o Go­verno «teimam em li­quidar a nossa Casa do Douro e em en­tregar o seu va­lioso pa­tri­mónio aos grandes in­te­resses eco­nó­micos e à CAP, uns e ou­tros, co­nhe­cidos ini­migos do Douro e das suas la­bo­ri­osas gentes», de­nuncia a Avi­douro, acres­cen­tando que a Casa se mantém abu­si­va­mente fe­chada e que, a con­sumar-se, será «o maior e mais es­can­da­loso roubo al­guma vez feito à Re­gião De­mar­cada do Douro».

A Avi­douro exige

A as­so­ci­ação re­clama desde já ao Go­verno: cri­ação de todas as con­di­ções para ga­rantir es­co­a­mento a me­lhores preços à pro­dução; adi­an­ta­mento no pa­ga­mento das ajudas na­ci­o­nais e co­mu­ni­tá­rias; cum­pri­mento de prazos para o pa­ga­mento dos pro­jectos VITIS exe­cu­tados; li­nhas de cré­dito al­ta­mente bo­ni­fi­cadas e a longo prazo para o de­sen­di­vi­da­mento dos agri­cul­tores e do sector co­o­pe­ra­tivo; con­trolo eficaz das aguar­dentes, mostos e Lei do Terço; ajudas a fundo per­dido para ate­nuar pre­juízos da seca; mais re­cursos hu­manos nos ser­viços do Mi­nis­tério da Agri­cul­tura; con­tratos obri­ga­tó­rios no acto da en­trega das uvas, entre co­mércio e pro­dução.




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