em clima de confiança o Coliseu
Intervenções do PEV e da ID
As omissões do PS
João Corregedor da Fonseca, presidente da Comissão Directiva da ID, o segundo orador da tarde, alertou para os «níveis ainda mais dramáticos e insustentáveis» que adviriam para o País caso vingassem as propostas da maioria PSD/CDS-PP e do PS, pondo em evidência o quanto separa tais propostas da «solidez das posições assumidas pela CDU» e da sua consequente «defesa dos valores de Abril, defesa dos trabalhadores e das classes mais desprotegidas», sempre em sintonia com as «legítimas aspirações das massas populares».
«Todos quanto acompanham a CDU, todos quanto confiam na CDU, vibram com a sua afirmação cívica. Os portugueses sabem que não alimentamos quaisquer oscilações de opinião, que não vacilamos no nosso comportamento político. Não hesitamos em enfrentar o tumulto de ideias que podem pôr em causa a própria democracia de Abril», sublinhou o dirigente da ID.
Acusou a coligação PSD/CDS-PP de subordinar Portugal a «uma crescente e mui perigosa perda de soberania e perda de independência», criticando o PS, por seu lado, pelos «continuados compromissos com o FMI, com o BCE, União Europeia e Alemanha, que tão lamentáveis consequências originaram». Sem a dura crítica do Corregedor da Fonseca ID não passou ainda o facto de o PS não dizer uma palavra no seu programa eleitoral sobre questões estruturantes para o País, como o Tratado Orçamental, a renegociação da dívida ou o «controlo público de sectores primordiais», como a banca.
Massacrar o povo
Também Heloísa Apolónia, do PEV, que antecedeu Jerónimo de Sousa, optou por iniciar a sua intervenção estabelecendo a diferenciação entre as forças políticas concorrentes às eleições, salientando que enquanto a CDU exerce todos os mandatos estabelecendo uma «relação estreita e muito directa» com as pessoas, as associações, os movimentos, as populações – «não nos lembramos deles só quando há eleições», sublinhou –, o PSD e o CDS «voltaram as costas às populações durante todo o mandato, e nunca hesitaram em massacrar o povo».
E acusou aqueles partidos de terem um «pacto não com o povo mas sim com Bruxelas, com a Alemanha e com o grande poder económico e financeiro», razão pela qual, sustentou, é que «nunca faltou dinheiro para os bancos» e «privatizaram tudo o que puderam».
«É por isso que quando têm que optar pelo benefício ambiental ou pelo serviço ao grande poder económico, não hesitam e traem o povo», acusou, exemplificando com a opção pelos «organismos geneticamente modificados em prejuízo da agricultura familiar», ou a «liberalização do eucalipto em favor das celuloses».
Heloísa Apolónia não deixou ainda passar em claro o facto de a maioria PSD/CDS-PP ter «generalizado a falência de milhares de micro, pequenas e médias empresas, e imposto o empobrecimento do povo», isto num quadro em que se revelaram «sempre insensíveis» quanto às consequências da sua política, designadamente quando «lançaram mais 800 mil pessoas para a pobreza, quando tiraram o Complemento Solidário para Idosos a 60 mil pessoas, quando tiraram o abono de família a 600 mil crianças, quando tiraram o Rendimento Social de Inserção a dezenas de milhares de pessoas».
«Têm um longo historial de mentiras e por isso não merecem confiança», concluiu a dirigente do PEV, contrapondo-o ao «historial de verdade» da CDU.