na jornada de trabalho
Uma Festa maior com a CDU a crescer
O empenhamento, a generosidade e a militância com que é erguida a Festa do Avante! e a audácia da aquisição da Quinta do Cabo marcam a pré-campanha eleitoral da CDU e alicerçam a afirmação de que «temos condições para avançar e crescer», sublinhada pelo Secretário-geral do PCP na saudação que dirigiu a muitos dos milhares da participantes na jornada de trabalho do último sábado antes de abrirem, amanhã, as portas da Quinta da Atalaia.
Esta Festa única e ímpar faz-se com uma militância única e ímpar
Jerónimo de Sousa, acompanhado por camaradas da direcção da Festa e dos organismos executivos do Comité Central do PCP, começou a sua intervenção pouco depois das 16h30. Minutos antes, dos vários espaços em construção, notou-se uma pouco usual movimentação em grupo na direcção do estaleiro central, para onde estava agendado o encontro, junto à esplanada do refeitório de serviço.
Ao apresentar a iniciativa, para dar a palavra ao Secretário-geral, Telma Capucho, do CC do Partido, lembrou aqueles que, por todo o País, tratam da divulgação da Festa, da venda das EP, das excursões, da preparação do funcionamento dos pavilhões. Jerónimo de Sousa começou por dirigir «aos construtores da Festa, aos que a organizam, planificam, projectam, a todos os arquitectos, operários em construção e na construção», «um abraço fraternal de admiração pelo vosso empenhamento, pela vossa generosidade, pela vossa militância», que têm ainda mais valor «pelas circunstâncias em que estamos a construir a 39.ª edição da Festa do Avante!».
Esta «situação política tão complexa e exigente, ao fim de quatro anos de um Governo que tem levado o nosso País, o nosso povo, milhões de portugueses a uma situação de infernização das suas vidas, a dificuldades, ao desemprego, à pobreza, às injustiças, e com um quadro de dificuldades económicas», justificou que valorizasse também a decisão de adquirir a Quinta do Cabo da Marinha e que saudasse «o bom andamento» da campanha de fundos lançada para fazer face a tal investimento.
«Só de facto este Partido, os seus militantes, as suas organizações» (e a JCP e os jovens da CDU, lembrados no final da intervenção) poderiam «concretizar a audaciosa decisão de adquirir esse terreno», sublinhou Jerónimo de Sousa, antecipando que «vamos ter uma Festa maior, um espaço maior», pois a Quinta do Cabo «não vai ser para apoio logístico, não vai ser para actividades secundárias, vai ser um terreno para aqueles que vêm cá participar e intervir, para todos aqueles que querem uma Festa melhor».
O que valem as eleições
Logo após a Festa e o trabalho da sua desimplantação, a menos de um mês das eleições para a Assembleia da República, segue-se «a continuação da campanha eleitoral». O Secretário-geral do Partido assinalou que «a Festa não será um ponto de partida, não será o momento de arranque», porque «já estamos no terreno, nesta fase de pré-campanha». Mas «a nossa Festa vai ser um momento alto, que pode irradiar a nossa força, os nossos objectivos, a ideia de uma CDU a crescer e a avançar». «A Festa do Avante! é, em si mesma, fonte de irradiação desse grande objectivo que temos: conseguir nas eleições o reforço da CDU, com mais deputados e mais votos, com mais força para determinar a evolução da vida política nacional», considerou Jerónimo de Sousa, interrompido por um imenso coro a repetir que «a CDU avança com toda a confiança».
Reconhecendo que «a vida e a luta não acabam no dia 4 de Outubro» e que o acto eleitoral «não será o fim do Mundo nem o princípio de outro», realçou que esse momento «vai determinar muito da evolução da vida política nacional nos próximos anos». «Nas eleições está em causa a escolha entre dois caminhos: ou insistir no trajecto ruinoso da política seguida ora pelo PS, ora pelo PSD e CDS, ou abrir um caminho novo, a construção de uma política alternativa patriótica e de esquerda, com o reforço da CDU, para que a CDU pese mais, para que essa alternativa se afirme, em vez do “vira o disco e toca o mesmo”, do “ora agora é o PS, ora agora é o PSD”, com ou sem o CDS», sublinhou Jerónimo de Sousa, afirmando que «temos condições para avançar e para crescer».
«Estamos confiantes, sim, por esta imagem magnífica, que impressiona quem nos visita, quem participa na Festa do Avante! e, designadamente, as delegações internacionais», fruto de «uma disponibilidade única, ímpar, que constrói uma Festa única e ímpar também no panorama europeu». «Tratemos, camaradas, de fazer o que é necessário fazer durante esta semana», uma vez que a preparação da Festa «não está acabada, ainda há muito trabalho para fazer». «Mas vamos chegar ao seu início muito orgulhosos, podendo dizer “que coisa bonita, temos mais uma grande Festa do Avante!”», concluiu Jerónimo de Sousa.
Excertos da intervenção
de Jerónimo de Sousa
A vantagem
«Todos aqueles que votaram na CDU há quatro anos têm uma vantagem imensa, que é poderem dizer: “o meu voto foi respeitado, o meu voto foi honrado, vale a pena votar na CDU”.»
Votos livres
«A ideia de que estas eleições seriam para eleger um primeiro-ministro serve fundamentalmente ao PS e ao PSD e para que aqueles que foram enganados, que estão desiludidos e que começam a aproximar-se da CDU pensem “eu até estou disposto a votar na CDU, mas não consigo que a CDU eleja o primeiro-ministro”. Nós devemos dizer-lhes que ninguém é dono dos votos, esta não é uma coutada seja de que partido for. Venham connosco.
E aos que dizem que “não chegamos lá”, temos que responder que só “não chegamos lá” se eles não quiserem. Este Partido e esta CDU estão em condições, com o seu reforço, de assumir todas as responsabilidades. O PCP está pronto para participar nas soluções, incluindo nas soluções governativas.»
O empate é uma banhada
«Outra mistificação é a ideia de que existe um “empate técnico”. Mas essas sondagens, que têm um valor relativo, dão trinta e tal por cento ao PSD e ao CDS, que tiveram mais de 50 por cento dos votos há quatro anos. Isto, a ser verdade, significa que o PSD e o CDS, os partidos do Governo, vão levar uma banhada, vão sofrer uma derrota pesada.»
Estabilidade?
«Sempre que existiram maiorias absolutas, fossem do PS, fossem do PSD, houve estabilidade governativa, mas o que nunca houve foi estabilidade na vida das pessoas, pela política de direita que foi realizada.»