Após 25 anos de reunificação alemã

A persistência da fractura

Um quarto de século transcorrido desde a «reunificação» da Alemanha, um abismo continua a separar as populações dos dois territórios.

A julgar por um estudo do Instituto de Berlim para População e Desenvolvimento, divulgado dia 22, a convergência de níveis de vida não será possível a curto e médio prazo.

Os resultados do estudo «surpreenderam» os próprios autores, segundo declarou o director do Instituto, Reiner Klingholz, sublinhando que «hoje, tal como na altura [em 1990], as duas metades da Alemanha são impressionantemente diferentes».

Essas diferenças começam desde logo nos salários que, no Leste (antiga RDA), são 25 por cento inferiores aos do Oeste, apesar da vigência de horários de trabalho mais longos.

Mas são também notórias as diferenças culturais-ideológicas. Enquanto no Oeste, cerca de 30 por cento da população consideram que o lugar da mulher é em casa, cabendo ao marido trabalhar para sustento da família, no Leste apenas 15 por cento aceitam tal ideia.

Ainda no Leste, três quartos da população não pertencem a qualquer confissão religiosa, proporção que é exactamente inversa no lado ocidental.

Longe vai o tempo em que o antigo chanceler da RFA, Helmut Kohl, prometeu um futuro radioso aos alemães da RDA.

Na realidade, desde então, mais de dois milhões de pessoas tiveram de procurar trabalho no Oeste. O desemprego duas vezes superior continua a forçar o êxodo, em particular de jovens com menos de 30 anos.

Este fenómeno conjugado com uma queda da natalidade tem vindo a desertificar e envelhecer muitas regiões do Leste, nomeadamente, as zonas rurais, que perderam entre 30 a 40 por cento da população desde 1990.

 



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