de Guimarães
Intervir para avançar
A situação nas escolas e nas fábricas, da universidade aos escritórios, da investigação às artes, à cultura e ao desporto, marcaram presença no Encontro Concelhio da Juventude CDU de Guimarães.
Esta é a hora de concentrarmos esforços e vontades
Este Encontro constituiu, pelo trabalho preparatório que foi desenvolvido e pelos contactos e compromissos estabelecidos para acções futuras, um importante momento na dinamização da acção e intervenção da Juventude CDU em Guimarães. É assim natural que uma das conclusões desta iniciativa seja a dinamização de mais encontros e debates públicos direccionados para a juventude, que podem inclusive ser temáticos, em outros pontos e locais do concelho.
No Auditório da Fraterna, Torcato Ribeiro, vereador na Câmara Municipal, valorizou a realização deste Encontro, pois «só com mais contributos e um maior conhecimento da realidade que afecta a juventude poderemos ter uma melhor intervenção. Precisamos que cada um de vós seja um elemento dinamizador e agregador de outros, seja no local de trabalho, seja nas colectividade, seja no vosso dia-a-dia, junto de amigos e colegas.» «É necessário que a juventude continue a luta das gerações que fizeram o 25 de Abril e que tome nas suas mãos o destino das suas vidas», reforçou o eleito da CDU.
Francisca Goulart, da Comissão Política da JCP, afirmou, por seu lado, que «esta é a hora de concentrarmos esforços e vontades, quer seja pela importante tarefa de organizar os jovens nos espaços onde estes podem simultaneamente discutir e encontrar respostas para os seus problemas, como a JCP e a Ecolojovem, e onde é a própria juventude a analisar e a dirigir a sua actividade e a sua luta, quer seja pela participação em reuniões gerais de alunos, nas associações de estudantes, nas lutas dos estudantes, nos plenários nas empresas e nas acções de luta da CGTP-IN».
«Precisamos cada vez mais de compreender que a unidade e convergência com os nossos colegas na escola e na universidade, com os nossos camaradas nas empresas, são o caminho decisivo para impedir o avanço da política de direita», sublinhou a jovem comunista, adiantando: «Com muitas e exigentes tarefas pela frente, precisamos de confiar na juventude, nas suas aspirações, valores e capacidades, que contra todas as marés resiste e continua a lutar».
No dia 16 de Maio tem lugar, na Junta de Freguesia de Pevidém, um Encontro destinado a eleitos e activistas da CDU.
Precariedade engorda o capital
No Encontro de Guimarães, Miguel Vieira referiu que «a precariedade no trabalho é uma praga social que alastrou em Portugal», atingindo mais de um milhão de trabalhadores, e salientou que a proliferação dos estágios não remunerados, ou remunerados com recurso parcial aos cofres da Segurança Social, delapidando-a, «tem empobrecido o povo, o País e os trabalhadores para entregar tudo ao grande capital».
«A precariedade tem como objectivos aproveitar a fragilidade dos vínculos de trabalho para agravar a exploração dos jovens trabalhadores nessa situação, fixando salários e remunerações consideravelmente mais baixos, liberalizando horários e determinando piores condições de trabalho. A precariedade é uma prática desenvolvida pelo capital, que visa o condicionamento da luta e da organização dos trabalhadores e a fragilização da sua força», denunciou Miguel Vieira.
Por seu lado, Mariana Silva falou do processo de municipalização do ensino, que está em modo de projecto-piloto em dez municípios. «A transferência das competências do ensino do Estado central para os municípios não se faz acompanhar dos respectivos recursos financeiros», observou, explicando que «se nos primeiros anos é possível que os municípios aguentem financeiramente este novo encargo, posteriormente é previsível que, conhecendo-se as dificuldades que lhe são impostas em termos orçamentais pelo Governo, tenderão a entregar a responsabilidade e competências educativas a privados».