Pela água pública
Movimentos sociais, sindicatos e associações de moradores apresentaram, dia 31, em Barcelona, o Pacto Social pela Água Pública na Catalunha.
Movimentos denunciam gestão privada
A iniciativa pretende que as forças políticas assumam, nos seus programas às eleições municipais de 24 de Maio, o compromisso de impulsionar a gestão pública da água.
Na sessão de lançamento fizeram-se representar várias formações de esquerda que já aderiram ao pacto, nomeadamente a ERC (Esquerda Republicana), a EUiA (Esquerda Unida), a ICV (Verdes), a CUP (Candidatura de Unidade Popular), Barcelona em Comum, Podemos e Processo Constituinte.
O documento reclama «um modelo de gestão pública que respeite os direitos dos cidadãos», notando que as concessões privadas implicam em média um sobrecustos para os utentes de 25 por cento.
No caso de Barcelona, a água tem um custo 92 por cento superior ao de municípios vizinhos que mantiveram a gestão pública do serviço.
O Pacto exige ao governo autonómico e aos executivos municipais que considerem «os serviços de abastecimento e saneamento como serviços públicos vinculados aos direitos humanos, fora da lógica do mercado e estranhos a critérios e prioridades do negócio privado».
Num total de 945 municípios catalães 506 têm a gestão pública da água. Na realidade, porém, 84 por cento da população paga as suas facturas a companhias privadas ou mistas, segundo dados da plataforma Água é Vida.
Isso deve-se ao facto de os operadores privados controlarem o abastecimento em baixa em praticamente todas as grandes cidades, onde o negócio se torna particularmente rentável.
Actualmente, o sector está nas mãos do grupo Agbar, que pertence ao gigante francês Suez Environnement e à Aqualia, filial da espanhola FCC.
Nos últimos anos, alguns municípios catalães remunicipalizaram os serviços de água, caso da autarquia de Montornès del Vallès, governada pela EUiA, e de Arenys de Munt, onde a medida foi concretizada por um executivo encabeçado pela CUP.
O Pacto é promovido pela plataforma Água é Vida, pelas centrais sindicais CCOO e CGT, pela Federação de Associações de Moradores de Barcelona e por grupos ecologistas, entre mais de duas dezenas de organizações.