Contra abusos dos bancos

Defender clientes

Estará hoje em debate na AR um projecto de lei do PCP que visa proibir que a banca altere unilateralmente taxas de juro e outras condições contratuais, para reflectir a baixa das indexantes Euribor, em prejuízo dos clientes.

«É um projecto de lei que tem como objectivo proteger os clientes bancários dos abusos praticados pela banca», esclareceu sexta feira passada, em conferência de imprensa, o deputado comunista Paula Sá, para quem é hoje uma evidência que entre os bancos e os clientes «há uma forte assimetria do poder negocial».

Alteram taxas de juro, ‘spreads' (margens de lucro), preços de determinados serviços, valores das comissões, sempre com prejuízo para os clientes, denunciou o parlamentar do PCP.

Com a Euribor há já um mês em níveis historicamente muito baixos, os «bancos preparam-se para alterar as condições dos contratos de crédito para evitar que os clientes possam vir a beneficiar dos valores negativos, tornando-se os únicos beneficiários da baixa das taxas de juro», alertou Paulo Sá.

Um exemplo: se num crédito à habitação o indexante - que regra geral é o Euribor a três ou seis meses - ficar negativo, os bancos tendem a considerar esse indexante igual a zero, cobrando o spread por inteiro.

Assim, os bancos que se financiam a taxas muitos baixas, que poderão tornar-se negativas, não querem reflectir essa circunstância nos contratos dos clientes, tornando-se nos únicos beneficiários da evolução das taxas de juro, criticou o deputado do PCP, que considera ser esta uma «situação inaceitável que o projecto pretende evitar, proibindo os bancos de inserir nos novos contratos cláusulas que lhes permitam alterar unilateralmente as taxas de juro e outras condições contratuais».

Relativamente aos «contratos já em vigor, qualquer alteração das condições só pode acontecer com o acordo de ambas as partes e, mesmo com acordo, não pode resultar em prejuízo único para o cliente».

Recorde-se que a maioria PSD/CDS-PP rejeitou até ao momento todas as iniciativas legislativas do PCP relacionadas com esta matéria - o fim das comissões de manutenção de contas bancárias, por exemplo -, optando sempre pela defesa dos interesses da banca em detrimento dos direitos dos clientes.




Mais artigos de: Assembleia da República

Esconder problemas<br>e vender ilusões

O fim das quotas leiteiras em Março tem consequências dramáticas para os agricultores e a produção nacional. Quem o diz é o PCP, que adverte que o País poder passa da condição de auto-suficiente para «forte importador de leite», com destruição de explorações e de empregos.

Capitalismo é raiz<br>dos problemas

Os trabalhos da comissão de inquérito ao BES permitiram obter uma informação muito vasta sobre este novo caso que abalou o sistema financeiro em 2014, considera o PCP, apostado como está em que o sucesso já alcançado na «obtenção de dados e apuramento de factos - ainda que com limitações - se traduza em conclusões à altura».

Resposta clara aos problemas

O PCP entregou seis projectos de resolução em defesa da agricultura e do mundo rural, contendo soluções concretas para os problemas do sector. Integrando 40 recomendações, complementadas com 66 itens de especificação, os diplomas abarcam...

Maioria teima em não baixar

A maioria PSD/CDS-PP voltou a chumbar um diploma do PCP destinado a repor a taxa de IVA nos serviços de alimentação e bebidas em 13 por cento. Agora sob a forma de projecto de resolução, a iniciativa legislativa comunista foi sujeita à apreciação dos deputados...

Chumbado reforço proposto<br>pelo PCP

A maioria PSD/CDS-PP rejeitou sexta-feira, 27, o projecto de lei do PCP que visava garantir as condições materiais e humanas para o funcionamento pleno das comissões de protecção de crianças e jovens.

Acabe-se com o esbulho!

Não passou no crivo da maioria PSD/CDS-PP o projecto de lei do PCP (o mesmo aconteceu a duas iniciativas do BE com igual objectivo) que determinava a obrigatoriedade de as instituições de crédito disponibilizarem uma «conta base», sem cobrança de comissões, despesas...