Propostas de ruptura e alternativa
O PCP promoveu anteontem, 10, ao final da tarde, uma audição pública com vista à recolha de contribuições para a construção do seu programa eleitoral.
O PCP não parte do zero para a construção do programa eleitoral
Na audição, realizada num hotel de Lisboa, compareceram dezenas de pessoas de diferentes formações e ocupações, dirigentes sindicais e associativos, militantes e eleitos do PCP. Em várias intervenções, os participantes partilharam os seus conhecimentos e opiniões acerca de áreas tão diversas como o trabalho, o ensino, a investigação científica, a saúde ou a economia, o que Jerónimo de Sousa agradeceu no final dos trabalhos, lembrando que estes contributos se vêm juntar a um «já vasto acervo de importantes reflexões» sobre estas e outras matérias.
O PCP, lembrou, não parte do zero para a elaboração do seu programa eleitoral. Está, pelo contrário, ancorado numa «avaliação aprofundada e consolidada da realidade portuguesa, das causas que conduziram à actual crise, uma vasta intervenção na realidade do País e um vastíssimo e muito reflectido património de propostas que temos apresentado e temos vindo a propor aos portugueses». Propostas estas que, garantiu Jerónimo de Sousa, dão corpo a uma «verdadeira política alternativa, patriótica e de esquerda».
Sublinhando a importância da primeira fase da acção nacional que o PCP realizou, sob o lema «A força do povo, por um Portugal com futuro, uma política patriótica e de esquerda», o dirigente do Partido garantiu que as propostas que consubstanciarão o programa eleitoral terão ainda que ser «enriquecidas com novos desenvolvimentos, como o têm vindo a ser, e desejamos continuem a ser». A participação, na construção do programa, de todo o Partido e também de «outros democratas e patriotas em ruptura com a política de direita e, igualmente, de organizações económicas, sociais e culturais» é a melhor garantia do «seu acerto na resposta aos problemas que a sociedade portuguesa enfrenta».
Entre os principais problemas a que o programa eleitoral do PCP terá obrigatoriamente que dar resposta, Jerónimo de Sousa destacou os três principais constrangimentos que se colocam ao desenvolvimento do País: a elevada dimensão da dívida e do serviço da dívida, a submissão ao euro e o domínio da banca pelo grande capital privado. O Secretário-geral do Partido reafirmou ainda que o programa eleitoral definirá uma política que «assegure e afirme o pleno direito do povo português de decidir do seu próprio destino». Para a semana trataremos este tema com maior aprofundamento.