Italianos contestam políticas de Renzi

Tensão social

Mi­lhares de tra­ba­lha­dores ita­li­anos dos sec­tores pú­blico e pri­vado pa­ra­li­saram, dia 14, re­a­li­zando ac­ções de rua em duas de­zenas de ci­dades contra as po­lí­ticas de aus­te­ri­dade.

Sin­di­catos de base re­a­lizam pro­testos em 20 ci­dades

A jor­nada de greves e ma­ni­fes­ta­ções, de­sig­nada «greve so­cial geral», foi con­vo­cada pelos sin­di­catos de base Cub, Usi e Cobas contra as po­lí­ticas li­be­rais do go­verno de Matteo Renzi, de­sig­na­da­mente a al­te­ração da le­gis­lação la­boral, os cortes na Edu­cação e em geral na des­pesa so­cial.

As or­ga­ni­za­ções pro­mo­toras das ac­ções exigem o au­mento das pen­sões, a ga­rantia de um ren­di­mento mí­nimo, o in­ves­ti­mento em ser­viços pú­blicos e a pro­tecção do di­reito à ha­bi­tação.

As pa­ra­li­sa­ções ti­veram efeitos par­ti­cu­lar­mente vi­sí­veis nos trans­portes pú­blicos, no­me­a­da­mente em ci­dades como Milão, Roma e Turim, e foram se­guidas por es­tu­dantes em toda a Itália.

Os mu­seus e vá­rios ser­viços da ad­mi­nis­tração pú­blica es­ti­veram en­cer­rados, re­gis­tando-se fortes per­tur­ba­ções no fun­ci­o­na­mento dos ae­ro­portos e no trá­fego fer­ro­viário.

Em Roma, a em­bai­xada da Ale­manha foi atin­gida com ovos lan­çados por ma­ni­fes­tantes, en­quanto em Pádua grupos de es­tu­dantes en­traram em con­frontos com a po­lícia.

Vá­rias as­so­ci­a­ções e mo­vi­mentos saíram à rua, caso dos mo­vi­mentos pela água pú­blica, que alertam para as novas ten­ta­tivas de pri­va­ti­zação em­pre­en­didas pelo go­verno de Renzi, fa­zendo tábua rasa do re­fe­rendo vi­to­rioso re­a­li­zado em 2011.

Na mesma se­mana, a CGIL, a maior cen­tral sin­dical ita­liana, con­vocou para 5 de De­zembro uma greve geral de oito horas, contra a abo­lição do cé­lebre ar­tigo 18 da le­gis­lação la­boral, que pro­tege os tra­ba­lha­dores do des­pe­di­mento sem justa causa.

O fra­casso da aus­te­ri­dade

O au­mento da con­tes­tação so­cial coin­cide com o agra­va­mento dos in­di­ca­dores eco­nó­micos, que de­mons­tram o fra­casso das po­lí­ticas de aus­te­ri­dade.

A eco­nomia man­teve-se em re­cessão entre Julho e Se­tembro, to­ta­li­zando 13 tri­mes­tres con­se­cu­tivos sem cres­ci­mento.

O pre­sente ano de­verá ter­minar com mais uma queda do PIB de 0,3 por cento. Em 2012 a re­cessão foi de 2,3 por cento, se­guindo-se em 2013 uma con­tracção de 1,9 por cento.

Se­gundo cál­culos do ins­ti­tuto na­ci­onal de es­ta­tís­ticas (Istat), o Pro­duto In­terno Bruto (PIB) re­cuou para ní­veis do ano 2000.




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