Fuga aos impostos pelo Luxemburgo

O PCP quer saber se há empresas portuguesas entre o vasto conjunto de empresas e entidades de todo o mundo que terão utilizado o Luxemburgo para fugir ao pagamento de impostos.

O caso foi conhecido há uma semana através da comunicação social nacional e internacional que falou de cerca de 340 empresas envolvidas neste esquema de fuga às suas obrigações fiscais, atingindo montantes na ordem dos milhares de milhões de euros.

«Tem o Governo conhecimento de acordos de natureza fiscal entre empresas ou entidades portuguesas e o governo luxemburguês visando permitir a fuga ao pagamento de impostos?», questiona o Grupo Parlamentar do PCP em pergunta àquele dirigida, querendo igualmente saber, em caso afirmativo, qual o nome das empresas ou entidades nacionais nessa situação.

Reportando-se às notícias veiculadas pelos principais órgãos de informação europeus, o texto enviado directamente à ministra de Estado e das Finanças, Maria de Luís Albuquerque, refere que essas empresas, aproveitando-se do regime fiscal mais favorável existente no Luxemburgo, terão negociado acordos secretos com o governo daquele país, entre 2002 e 2010, para fugirem ao pagamento de impostos.

O Grupo comunista alude, noutro plano, à conhecida triangulação existente entre o estabelecimento de empresas, holding e fundos de investimento no Luxemburgo e contas nos bancos suíços – fala-se em 30 000 milhões de euros detidos por portugueses em contas bancárias suíças – ou outros offshores, permitindo o «repatriamento e outras operações financeiras, incluindo a lavagem de dinheiro».

Os deputados comunistas indagam, por isso, quanto ao conhecimento que o Executivo tem da «triangulação com a Suíça, como sucede no caso BES», insistindo em conhecer, por último, qual a avaliação que o Executivo faz das «perdas de receitas fiscais pelo Estado português por via desses subterfúgios» ou pela via do chamado «planeamento fiscal agressivo».




Mais artigos de: Assembleia da República

Comprovada alternativa!

Tem sido abundante em propostas a intervenção dos deputados comunistas no debate na especialidade em curso do Orçamento do Estado para 2015.
O primeiro grupo articulado e coerente de propostas foi dado a conhecer na passada semana, constituindo-se num elemento de afirmação da ruptura com a política de exploração, empobrecimento e desastre nacional levada a cabo pelo Governo PSD/CDS-PP.

Defender salários, pensões e direitos

Para ontem, quarta-feira, já depois do fecho da nossa redacção, estava anunciada a apresentação em conferência de imprensa das propostas do PCP relacionadas com trabalho e Segurança Social, a incorporar no debate na especialidade do OE para 2015.

Por maior justiça fiscal

Esta terça-feira, em conferência de imprensa, o deputado comunista Paulo Sá anunciou a apresentação de um projecto de lei que conforma uma política fiscal alternativa. Muitas das propostas nele contidas serão dirimidas já na fase de apreciação na especialidade do OE para 2015.

Irmanados na receita do desastre

O PCP entende que o Governo continua a cumprir com zelo tudo o que a troika manda, não vendo nas alegadas «divergências» publicitadas pela Comissão Europeia e pelo FMI, quanto às previsões do nosso défice orçamental, mais do que uma farsa.

Propina é ilegal e injusta

A maioria PSD/CDS-PP chumbou, recentemente, o projecto de lei do PCP destinado a revogar a propina do ensino de português no estrangeiro. Um projecto de resolução do BE recomendando a sua gratuitidade teve igual destino. Em debate esteve igualmente uma...