Estudantes com a JCP
Rita Rato, deputada do PCP na Assembleia da República, esteve na segunda-feira, 29, na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde participou numa acção de contacto com estudantes, no âmbito de uma campanha de início do ano lectivo promovida pela Organização do Ensino Superior da JCP.
Na acção foram levantados problemas cuja origem está no subfinanciamento das instituições de Ensino Superior, como o elevado valor de propinas e o seu constante aumento; existência de taxas e emolumentos, como o pagamento das melhorias de nota; privatização dos bares e cantina, onde é notória a falta de qualidade, a redução da quantidade da comida e a falta de funcionários que se reflecte nas enormes filas; insuficiência de bolsas de acção social; irrisório número de camas da residência que não chega para todos os estudantes deslocados; e, em alguns casos, a obrigatoriedade de aquisição do kit de laboratório – óculos, pompete, duas guias de laboratório e um caderno, por 18 euros, pois ainda não têm a «perícia» necessária para não degradar o material.
A JCP levantou ainda outras questões como o custo dos transportes e a não comparticipação dos mesmos, com o fim do passe sub23, numa Faculdade onde muitos estudantes pagam cerca de 100 euros mensais; a degradação dos edifícios, onde chove; a utilização do valor das propinas para o pagamento de salários, visto que o Orçamento do Estado para a FCT não é suficiente; o novo corte no financiamento ao Ensino Superior; e a injecção de mais de quatro mil milhões de euros no BES, com a nota de que todo o dinheiro até agora injectado nos bancos privados seria suficiente para pagar 37 anos de propina a todos os estudantes matriculados no Ensino Superior.
Tudo isto foram razões que levaram diversos estudantes a deixar o seu contacto à JCP, por se identificarem com a abordagem que é feita aos problemas, mas sobretudo por concordarem com a necessidade de combater estas políticas de destruição da Escola Pública.