Mitos e responsáveis na STCP
A DOR Porto do PCP anunciou que o Partido vai requerer a anulação do concurso de concessão da STCP e desencadear o agendamento de uma reunião extraordinária da Assembleia Municipal, para discutir a «municipalização» defendida pelo presidente da Câmara.Depois de uma reunião com as estruturas representativas dos trabalhadores da Sociedade de Transportes Colectivo do Porto, a DORP emitiu, dia 14, um comunicado sobre o processo de concessão da transportadora rodoviária, para «desmentir mitos, repor a verdade, denunciar responsáveis».
Para o PCP, a concessão «é má para os utentes, para o desenvolvimento da região e para os trabalhadores da empresa». Nas linhas já concessionadas, como sucedeu as carreiras 55, 64, 69, 94 e outras (concessionadas à ET Gondomarense, à Valpi e à Pacense), houve redução de serviços e deixou de ser assegurado transporte durante o início da manhã e após as 19 horas. A carreira 27, explorada pela ET Gondomarense, não opera ao fim-de-semana. Na carreira 9, o passe mensal tem um custo médio por quilómetro percorrido que é superior em 23 por cento à média verificada na STCP (linha 205). Os exemplos desmentem qualquer tentativa, por parte do Governo e seus seguidores, de apresentar os operadores privados como mais eficientes e que justificam «o capital de queixa da população dos concelhos limítrofes à cidade do Porto, relativamente aos operadores privados».
O facto de Rui Moreira ter anunciado que a Câmara Municipal vai candidatar-se à concessão da STCP suscitou alguns esclarecimentos do PCP. Primeiro, o presidente da CMP anunciou algo que a Câmara não discutiu nem aprovou; depois, Rui Moreira critica o funcionamento da rede de transporte colocada a concurso, mas nunca o fez enquanto foi presidente da Assembleia Geral da STCP (e exerceu este cargo até ser eleito para a Câmara); critica também a rede já concessionada, mas foi conivente com a decisão de a concessionar, enquanto membro do Conselho Metropolitano do Porto.
A DORP avisa que «a chamada municipalização é incapaz de garantir o serviço público que está destinado à STCP» e constitui uma «antecâmara da privatização, convergente com intenções do Governo de atacar o serviço público».
Por outro lado, o conselho de administração «está objectivamente a criar condições mais favoráveis aos operadores privados que, eventualmente, venham a ficar com a concessão», nomeadamente quando toma decisões que provocam um abaixamento anormal do número de passageiros transportados, acusa o Partido.