Basta de massacres
Mais de 200 pessoas participaram, anteontem ao final da tarde, numa sessão de solidariedade com o povo da Palestina, promovida pelo CPPC, CGTP-IN e MPPM.
Portugal deve suspender as relações com Israel
Na sessão, realizada na sala Agostinho Fortes, na Casa do Alentejo (lugar marcante da solidariedade com a luta do povo palestiniano em Portugal), intervieram José Baptista Alves, Fernando Maurício e Maria do Céu Guerra, em nome das organizações promotoras, que reafirmaram as exigências centrais para solucionar o drama do povo da Palestina: o fim da ocupação, a criação de um Estado soberano, independente e viável e o regresso dos refugiados são algumas das principais.
Estas exigências dirigem-se não apenas às instâncias internacionais que continuam a sustentar Israel, mas também às autoridades portuguesas, obrigadas pela Constituição da República a defender a abolição do imperialismo e do colonialismo e a respeitar a soberania dos povos.
Presente na sessão, o embaixador da Palestina em Portugal, Hikmat Ajjuri, lembrou a longa luta do povo palestiniano contra a ocupação israelita. Uma luta iniciada em 1948, com a expulsão de centenas de milhares de palestinianos das suas terras – a tristemente célebre Nakhba, ou catástrofe – e que prosseguiu, agravando-se, de então para cá. O actual massacre em Gaza não só não é inédito como é parte de um plano mais geral de esmagamento do povo da Palestina e do alargamento do controlo israelita sobre recursos e território palestinianos.
Exigências justas e urgentes
No final da sessão, foi aprovada por unanimidade uma moção, que será em seguida enviada aos diversos órgãos de soberania nacionais. No documento, exige-se o «fim imediato ao massacre do povo palestino, à agressão a Gaza, à ocupação dos territórios palestinianos, à impunidade, à atitude insolente de constante desafio do direito e da legalidade internacionais, pelo Estado de Israel». Valorizando a coragem e dignidade com que o povo da Palestina enfrenta a barbárie israelita, a moção denuncia ainda a conivência das grandes potências, como os Estados Unidos da América e a União Europeia, com a ocupação israelita.
Das autoridades portuguesas exige-se, nomeadamente, a condenação e denúncia da agressão militar de Israel contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza, exigindo-se a sua «cessação imediata e incondicional»; a suspensão das relações comerciais e diplomáticas com o regime israelita; a reclamação do levantamento imediato do «brutal e criminoso bloqueio sobre a Faixa de Gaza e a libertação dos presos políticos palestinianos das prisões israelitas»; e o desenvolvimento de uma política orientada pela «exigência do fim da ocupação israelita dos territórios palestinianos e pela defesa do direito inalienável do povo palestiniano à constituição do seu Estado.