Agenda cheia até ao fim do mês

Julho fecha em luta

O Governo procura aproveitar o Verão para avançar na sua ofensiva contra os trabalhadores, mas a luta não vai de férias e não dá descanso à política de empobrecimento e exploração.

Os trabalhadores respondem ao Governo que não lhes dá descanso

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Os trabalhadores e as suas organizações resistem a cada uma das medidas e persistem na exigência de demissão do Governo, antecipação das eleições legislativas e ruptura com a política seguida nas últimas décadas.
Das lutas realizadas nos últimos dias (com destaque para a greve nos CTT em defesa do horário contínuo e para o combate dos professores contra a PACC), dos acordos alcançados na EDP e na CP Carga e da acção que prossegue noutros sectores tratamos nas páginas seguintes. Aqui realçamos as acções agendadas ainda para o mês de Julho.

Amanhã, às 10 horas, no Jardim de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, a CGTP-IN realiza uma concentração nacional de dirigentes, delegados e activistas sindicais, que conta igualmente com o apoio do movimento das comissões de trabalhadores. Dali seguirá uma manifestação até à Assembleia da República, para afirmar a veemente rejeição do novo figurino dos cortes salariais na Administração Pública, que os deputados da maioria irão aprovar no hemiciclo.

Para aqui irão muitos representantes dos reformados, aposentados e pensionistas, que hoje, às 16 horas, estarão numa concentração de protesto no Jardim da Estrela. Convocada pela Inter-Reformados (organização autónoma da CGTP-IN) e pelo MURPI (Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos), esta acção visa protestar contra a criação da «contribuição de sustentabilidade». No dia 25 será também votada a proposta de lei que altera o nome da «contribuição extraordinária de solidariedade» mas mantém o roubo e transforma em definitivo o que antes os governantes apresentaram como provisório, acusa-se num folheto das duas estruturas.

No dia 28, segunda-feira, às 15 horas, frente à Torre das Antas, no Porto, o Sindicato dos Ferroviários, a Fectrans e a CT da EMEF levam a cabo uma concentração de trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, para contestar a entrega das oficinas de Guifões à Refer. Além de ameaçar o futuro de 60 postos de trabalho, a medida do Governo irá esvaziar a EMEF e avançar na criação de condições para que seja entregue a empresas privadas o serviço de manutenção da frota do Metro do Porto.

Para dia 31, quinta-feira, foi convocada greve dos trabalhadores da escala do Porto da SPdH (Sociedade Portuguesa de Handling, que opera sob a marca Groundforce). A paralisação, de hora e meia por turno, tem por objectivo realizar duas concentrações. Como explica o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, a luta deve-se à degradação do ambiente de trabalho, com a suspensão de um funcionário e uma reacção da administração «no sentido oposto ao estabelecido na legislação e nas normas regulamentares da UE», após um recente incidente-acidente. Num comunicado de dia 18, o Sitava/CGTP-IN voltou a denunciar problemas na organização dos horários «desumanos» e lembrou que, para salvaguardar os trabalhadores, mantém-se desde 1 de Junho uma greve ao trabalho suplementar.

Amanhã, às 15 horas, trabalhadores da Função Pública que estão com «contratos de emprego-inserção» são chamados a uma concentração frente ao Ministério do Emprego, na Praça de Londres. O Sindicato da Função Pública do Sul e Açores convocou a acção para dar visibilidade às diversas formas de exploração de trabalhadores desempregados pelo Estado, com destaque para o actual Governo. Depois dos POC, hoje os CEI envolvem mais de 60 mil trabalhadores na Administração Pública, salienta o sindicato da CGTP-IN, que apela à luta por um contrato de trabalho e um tratamento digno.

Até ao fim do mês mantém-se em diversos sectores a greve ao trabalho extraordinário que não seja pago conforme determina a contratação colectiva. A Fiequimetal e o CESP/CGTP-IN (Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal) revelaram já que prolongaram esta forma de luta, lançada após Agosto de 2012 e o aproveitamento patronal da revisão do Código do Trabalho, até 31 de Dezembro.

 



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