Seis milhões de italianos em pobreza absoluta

Indigência alastra em Itália

Quase dez por cento da população italiana vivem em condições de pobreza absoluta, percentagem que se agravou em 2013, atingindo com particular gravidade o Sul do país.

Estado italiano não assegura o mínimo de dignidade

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Em 2013, a Itália tinha 10,48 milhões de pobres, ou seja, 16,6 por cento da população, segundo dados oficiais divulgados, dia 14, pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat).

O limiar da pobreza (60 por cento do rendimento mediano) fixou-se em 972,52 euros para uma família de duas pessoas, valor que representou uma redução de 18 euros (-1,9) face ao limiar de 2012.

Apesar desta descida, o Istat dá conta de um aumento de 920 mil de indivíduos em situação de pobreza em relação a 2012, ano em que tinham sido registados 9,56 milhões de pobres, representando 15,8 por cento da população.

Mais alarmante é seguramente o aumento da incidência da pobreza absoluta, conceito que é definido pelo Istat como a impossibilidade de pagar bens e serviços essenciais para desfrutar de um nível de vida minimamente aceitável.

Por outras palavras são pessoas cujo rendimento não assegura a ingestão diária de 1700 calorias, nem permite pagar eletricidade, telefone, aquecimento, vestuário, transportes, cuidados de saúde ou medicamentos.

Nestas condições de indigência viviam no ano passado em Itália 6,2 milhões de pessoas, ou seja, mais 1,39 milhões de indivíduos face a 2012, ano em que eram 4,81 milhões, representando oito por cento da população.

A pobreza absoluta alastrou de forma mais significativa no Sul do país, região que apesar de ter apenas um terço da população conta mais de metade dos pobres de Itália.

Aqui, os indivíduos em pobreza absoluta aumentaram em 725 mil, para um total de 3,07 milhões, enquanto a pobreza relativa disparou de 21,4 para 23,5 por cento.

Famílias mais vulneráveis

O número de filhos foi também um relevante factor de pobreza. No espaço de um ano, a percentagem de casais com um filho que caíram na pobreza absoluta subiu de 5,9 para 7,5 por cento; com dois filhos, de 7,8 para 10,9 por cento; e com três ou mais filhos de 16 para 21,3 por cento.

De resto, 12,6 por cento das famílias são «relativamente» pobres, sendo que destas 6,7 por cento são consideradas pobres, dispondo de um rendimento 20 por cento inferior ao limiar da pobreza.

Esta percentagem pode no entanto agravar-se já que 6,4 por cento das famílias italianas são «quase» pobres ou estão em risco de pobreza, tendo um rendimento apenas 20 por cento superior ao limiar da pobreza. Acrescente-se que a pobreza atinge gravemente a população idosa e 1,43 milhões de crianças. 



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