Maioria dos bascos defende resolução do conflito

ETA propõe dissolução

A ETA, organização armada independentista basca, anunciou que procedeu ao «desmantelamento das estruturas logísticas e operacionais» militares, como passo para a transição da «confrontação armada para a confrontação democrática».

Em comunicado publicado dia 20 no jornal Gara, a organização acrescentou que um grupo de peritos está a proceder à neutralização dos depósitos de armas e explosivos ainda na sua posse.

Trata-se pois da fase final do desarmamento total da ETA, que mantém desde 2011 um cessar-fogo unilateral e se manifesta pronta para a abertura de negociações com os governos francês e espanhol, com vista à sua dissolução.

Na semana passada, dia 16, os mediadores internacionais Martin McGuinness, actual vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte, e Johnathan Powell, antigo chefe de gabinete do governo de Tony Blair, encontraram-se com representantes políticos bascos.

Em comunicado divulgado na página do Sinn Féin, McGuinness salientou que nesses encontros ficou claro o apoio esmagador da sociedade basca à resolução do conflito. «O completo cessar-fogo da ETA e o subsequente início do processo de desarmamento foram em si passos importantes. A presente declaração sobre a desactivação das estruturas e capacidades militares é mais um passo enorme na direcção do processo de paz no País Basco».

McGuinness considerou ainda que «outros actores no processo devem aproveitar esta oportunidade para fazer avançar o processo de paz», sugerindo um conjunto de medidas que poderiam contribuir para acelerar a resolução do conflito.

Nesse sentido, o político norte-irlandês defende que «a libertação imediata do secretário-geral do Sortu, Arnaldo Otegi seria um importante primeiro passo. Ele foi um elemento chave na construção do processo de paz. A sua prisão teve claramente motivos políticos e constitui um obstáculo evidente ao avanço».

Entre outras medidas, McGuinness refere ainda a necessidade de transferir os presos bascos para locais mais perto das suas famílias e de libertar aqueles que estão gravemente doentes.

Um inquérito realizado em Maio último pela Universidade do País Basco revelou que 83 por cento dos bascos apoia uma eventual negociação entre a ETA e o governo. Esta posição é defendida por membros da maioria dos partidos políticos, com excepção da direita do Partido Popular e dos liberais do UPyD.

Ao mesmo tempo, 75 por cento dos inquiridos desaprovam rotundamente a atitude tomada pelo governo de Madrid desde o anúncio do cessar-fogo, contra apenas cinco por cento que aprovam, na sua maioria votantes do PP.



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