Pão, trabalho e tecto
Os 17 parlamentos autonómicos foram o destino das marchas da dignidade que tiveram lugar, sábado, 21, nas diferentes regiões de Espanha, sob o lema «Pão, trabalho e tecto».
Continuar as mobilizações é uma necessidade imperiosa
O lema foi o mesmo da jornada de 22 de Março que levou às ruas da capital de Espanha cerca de um milhão de pessoas. Desta vez, como reconheceu Julio Rodríguez Bueno, membro da coordenadora das Marchas da Dignidade, os níveis de participação foram muito desiguais nas diferentes comunidades. «É a continuação do que foi iniciado em 22 de Março; as marchas não acabaram quando chegaram a Madrid. Isto vai continuar», disse à agência Europa Press.
As manifestações decorreram sem incidentes, ao contrário dos protestos realizados dois dias antes, durante a proclamação de Felipe VI, em que dezenas de pessoas foram interpeladas, identificadas ou detidas por ostentarem símbolos republicanos. A polícia também carregou sobre os manifestantes que se reuniram na Praça do Sol, apesar da proibição decretada pela delegação do Governo na capital.
«Este Estado está a tornar-se num Estado policial e repressor». «Parece-nos muito preocupante este regresso aos tempos próximos do fascismo, quando o governo do PP exerce repressão contra os cidadãos», disse ao jornal digital público, Ginés Fernández, membro da Marchas da Dignidade.
Mobilizar para novas acções
Com vista a preparar novas acções, as organizações que integram as Marchas realizam amanhã e sábado, 28 e 29, uma reunião nacional em Mérida, de onde poderá sair a decisão de realizar uma marcha até Bruxelas. «Há a necessidade imperiosa de continuarmos as mobilizações, de continuar a apontar os que são culpados por este “austericídio”», declarou Rodríguez Bueno.
Uma das manifestações mais participadas teve lugar em Sevilha (Andaluzia), com cerca de oito mil pessoas, que foi apoiada pela Esquerda Unida, pelos sindicatos SAT e CGT, entre várias outras organizações.
Também na Galiza cerca de duas mil pessoas rodearam o parlamento regional, em Santiago de Compostela.
O protesto fez-se ouvir igualmente noutras cidades como Madrid, Valência, Bilbau, Valladolid, Saragoça ou Múrcia.
O Partido Comunista de Espanha, em comunicado, manifestou o seu apoio a estas acções em prol de «condições dignas para as pessoas e contra os governos que seguem os ditames da troika».