Governo ataca contratação colectiva

Alerta pelos direitos

A CGTP-IN considera fundamental a união dos trabalhadores em defesa da contratação colectiva, face às gravosas alterações na legislação laboral contidas na proposta de lei do Governo.

Proposta de lei é declaração de guerra aos trabalhadores

Image 16128

Depois de ter afirmado que «a reforma laboral estava concluída e não seria revista», o Governo PSD/CDS-PP «volta a mentir», avançando com uma proposta de lei que «visa destruir a contratação colectiva, promover nova redução da retribuição e aumentar o IVA e a TSU para os trabalhadores, deixando o patronato intocável», afirma a CGTP-IN num comunicado de imprensa.

No dia 5, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma proposta de lei que reduz os prazos de caducidade e de sobrevigência das convenções colectivas de cinco para três anos e de 18 para 12 meses, respectivamente, a prorrogação até final de 2014 da redução para metade do valor do trabalho extraordinário ou realizado em dia feriado – uma medida que era para vigorar até 31 de Julho deste ano –, bem como a suspensão temporária da contratação colectiva em situação de crise empresarial, por motivos de mercado, estruturais, tecnológicos, entre outros.

O acordo sobre estas matérias foi alcançado no dia 4 entre o Governo, o patronato e a UGT. Para a Intersindical, a troika «envolvida neste negócio» está a «promover um roubo organizado aos direitos e salários dos trabalhadores», e o anúncio de um eventual aumento do salário mínimo nacional para 500 euros, a breve prazo, visa «dar cobertura a este saque», constituindo uma «atitude sinistra» da parte daqueles que protagonizaram «este retrocesso social e civilizacional».

Com as medidas anunciadas, o Governo está a pôr em causa a criação de mais e melhor emprego, e a contribuir para manter os elevados níveis de desemprego com que o País se confronta actualmente. Trata-se de um «projecto de lei golpista», que tem por objectivo «impor na secretaria regras diferentes das que foram negociadas e acordadas pelas partes no âmbito da contratação colectiva e choca com a Constituição da República Portuguesa», afirma a central sindical.

No comunicado, a CGTP responsabiliza o Governo, as confederações patronais e a UGT por um processo que atenta contra os «direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores, conquistados por gerações de homens e mulheres antes e depois do 25 de Abril», e faz um apelo a todos os trabalhadores para que, independentemente da sua filiação sindical, «se unam e rejeitem» estas medidas, que dão continuidade a «uma política de exploração e empobrecimento do povo e do País».

Para a Inter, a contratação colectiva é um elemento de «harmonização social no progresso», indissociável da «valorização do trabalho, da defesa da dignidade dos trabalhadores e da efectivação da democracia», pelo que não irá permitir que os desejos de Governo, patrões e UGT se transformem em realidade.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Transportes mantêm luta

Numa semana, o Governo foi censurado nas urnas, na AR e no Tribunal Constitucional, mas não desiste de atacar os trabalhadores, pelo que a Fectrans/CGTP-IN apela à intensificação da luta no sector.

Fenprof apela à mobilização

A Fenprof anunciou algumas conquistas recentes dos professores, as diferentes lutas em que está envolvida e apelou a uma forte mobilização do sector para as manifestações dos dias 14 e 21.

Governo esconde a verdade

De acordo com o Eurostat, a taxa de desemprego no mês de Abril foi de 14,6 por cento, atingindo 753 mil trabalhadores, mantendo-se como a quinta mais elevada da União Europeia e a quarta da Zona Euro. Entre os menores de 25 anos, a taxa foi de 36,1 por cento e atingiu 141 mil...

Greve nos Santos Populares

Mantém-se o pré-aviso de greve subscrito pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), na sequência da decisão tomada em plenário pelos funcionários da Câmara...

Concentrações hoje

Na maioria das empresas de transporte rodoviário de passageiros, as administrações estão a impor o «tempo de disponibilidade», seguindo as orientações da associação patronal Antrop. Esta medida, assente na falsa ideia de que nesses intervalos de...

Mais 18 milhões

«Chegava e sobrava para pagar os complementos de reforma», comentou a Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, a propósito do desvio de 18 milhões de euros, detectado pelo Tribunal de Contas, face ao orçamento inicial das obras de construção das...

Scotturb condenada

Por ter impedido um trabalhador e dirigente sindical de, durante dois anos, ocupar o seu posto de trabalho, a Scotturb foi condenada a pagar diversas indemnizações, revelou a Fectrans na semana passada. A sentença do tribunal de Cascais tem data de 21 de Maio e reconhece...

À espera no Funchal

Arrasta-se o processo de integração na Câmara Municipal do Funchal dos 20 trabalhadores dos parques de estacionamento. Recebidos pelo presidente do município, Paulo Cafôfo (coligação «Mudança»), há cerca de um mês e por uma adjunta no dia 4,...

Nova escravatura

Existem cerca de 70 trabalhadores desempregados a exercer funções nas instalações da Segurança Social no Areeiro (Lisboa), onde, ao abrigo do programa de contrato emprego-inserção, trabalham no atendimento ao público, na tesouraria ou no centro de atendimento...

Defender o SNS em Santarém

A publicação, a 10 de Abril, da portaria n.º 82/2014, pelo secretário de Estado da Saúde, insere-se no contexto da destruição dos serviços públicos levada a cabo pelo Governo PSD/CDS-PP – afirma a direcção da União de Sindicatos de...

Enfermeiros com vínculo

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou no dia 4 que a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda vai celebrar contratos individuais de trabalho sem termo com os 43 enfermeiros que ali desempenham funções como falsos «recibos verdes». O SEP, que sempre se posicionou contra a...