Crise na Ucrânia

PCP alerta para escalada criminosa

A violência e a repressão política e xenófoba, o recurso à força militar por parte de Kiev, as medidas opressivas e a campanha repressiva, a responsabilidade dos EUA e da UE no agravamento da situação e a deslocação de meios militares da NATO para a região, bem como a impunidade reinante na Ucrânia motivam a profunda preocupação do PCP.

PCP denuncia a profunda hipocrisia e cumplicidade do imperialismo

Em comunicado divulgado pelo gabinete de imprensa, o PCP «expressa a sua preocupação perante o agravamento da situação na Ucrânia, resultante do golpe de Estado de Fevereiro e marcada pela escalada de violência e repressão política e xenófoba promovida pelos sectores mais reaccionários da oligarquia ucraniana e por forças de natureza fascista e nazi, com o apoio dos EUA, da UE e da NATO.»

No texto, o Partido «alerta para as graves consequências do recurso à força militar – nomeadamente nas regiões do Leste da Ucrânia –, para reprimir o movimento de protesto e oposição popular ao regime golpista ilegítimo e às medidas de cariz opressivo e xenófobo que este tenta aplicar, a que acresce a imposição do pacote de saque económico e de cortes sociais acordado com o FMI, fomentando profundas divisões no País», e «condena a campanha repressiva e anticomunista promovida pelas forças golpistas», aproveitando, ainda, para reafirmar «a sua solidariedade aos comunistas ucranianos perante os ataques e a ocupação e destruição de sedes e bens de que o Partido Comunista da Ucrânia (PCU) tem sido vítima, e para exigir «a imediata cessação das ameaças e iniciativas que visam limitar a actividade e ilegalizar o PCU, bem como de outras forças democráticas.»

EUA e NATO cúmplices

Sublinhando a «responsabilidade dos EUA, da UE e da NATO no agravamento da situação na Ucrânia», o PCP «denuncia a profunda hipocrisia e cumplicidade do imperialismo perante a onda de provocações, de instigação à violência, de violações de liberdades e direitos e de crimes perpetrados pelas forças ultranacionalistas e fascistas naquele país, de que é exemplo a chacina ocorrida a 2 de Maio em Odessa de que foram vítimas cidadãos que se opõem às forças e ao poder golpista.»

Na nota divulgada segunda-feira, 4, os comunistas portugueses chamam também a atenção para «os imensos perigos que decorrem da impunidade destes crimes e dos seus autores, impunidade que como a história já se encarregou de provar pode ter consequências dramáticas para os povos do Mundo.»

«A crescente deslocação de meios e efectivos militares da NATO para a Europa de Leste que, num quadro de escalada de tensão e de confrontação com a Federação Russa, poderá ter graves implicações para a paz e a segurança nesta região» também é denunciado pelo PCP. O Partido «defende a procura de uma solução política para a presente crise na Ucrânia», a qual «deverá passar pelo reconhecimento do carácter ilegítimo do poder golpista e pela instauração de um real processo de diálogo que atenda as legítimas e justas reivindicações das populações.»

Na declaração, o PCP exige «do Governo português uma postura consentânea com a Constituição da República e o não envolvimento em manobras de ingerência na Ucrânia», e «reafirma a sua solidariedade com os trabalhadores e o povo ucranianos e as suas profundas aspirações a uma Ucrânia livre da ameaça fascista e da ingerência imperialista, soberana, independente e próspera, de paz, democracia e progresso social.»




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