Milhões de trabalhadores
saíram à rua em todo o mundo

Maio com a força da luta

«Não existe nenhuma razão para classe operária e os trabalhadores viverem na pobreza, enfrentarem o desemprego, a fome, as guerras imperialistas e a falta de serviços públicos», afirmou a Federação Sindical Mundial (FSM) num comunicado divulgado dias antes de milhões de trabalhadores trazerem para as ruas de todo o mundo a força da luta.

Os comunistas foram determinantes na concretização de muitas acções de massas

No mesmo texto, a organização, que representa 90 milhões de filiados em mais de 120 países, apelou ao movimento sindical de classe e aos trabalhadores para promoverem, no 1.º de Maio, greves, manifestações e outras iniciativas contra a receita imperialista para a crise capitalista.

De facto, os cortes nos rendimentos do trabalho, a liquidação de direitos, a repressão do protesto e da luta organizada, o desemprego massivo e a rapina dos recursos públicos pelo grande capital estiveram no centro dos protestos ocorridos faz hoje uma semana. Com particular ênfase na Europa e nas grandes manifestações de massas em Espanha (70 cidades em todo o território), Grécia (em simultâneo decorreu uma greve no sector dos transportes), Itália, França, Chipre ou Grã-Bretanha. O secretário-geral da FSM participou nas celebrações em Minsk, na Bielorrússia, e na Rússia o palco oficial do Dia do Trabalhador voltou a ser uma Praça Vermelha. O Partido Comunista da Federação Russa manifestou-se na Praça Kaluzhkaya, também em Moscovo.

Na Turquia, manifestações e concentrações foram realizadas em mais de 30 províncias, avançam meios locais. Em Istambul, milhares desafiaram a proibição governamental e tentaram chegar à Praça Taksim, sendo impedidos pela forças antimotim.

Confrontos violentos registaram-se igualmente no Camboja, onde os sindicatos se concentraram em apoio às greves em curso no sector têxtil. Melhorias salariais, combate à precariedade, ao confisco fiscal e aos aumentos dos bens e serviços essenciais foram também as reivindicações na Indonésia, Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia ou Sri Lanka, noticiaram agências informativas. No Bangladeche, a sobre-exploração foi denunciada, enquanto que no Nepal se celebrou a conquista de um sistema público de segurança social.

Na Tunísia o desemprego continua a ser a principal preocupação, mas também a baixa retribuição da força de trabalho, razão que esteve igualmente no centro das reivindicações em Marrocos e Israel. No Iraque, o Partido Comunista desfilou corajosamente no centro de Bagdad, confirmando que os comunistas foram determinantes na concretização de muitas acções de massas.

Na Venezuela e na Bolívia, onde os salários foram de novo aumentados em 30 e 10 por cento, respectivamente, os presidentes Nicolás Maduro e Evo Morales participaram nos actos centrais do 1.º de Maio. Em El Salvador e na Nicarágua celebrou-se Maio com os governos progressistas a reiterarem os objectivos de elevação das condições de vida populares e desenvolvimento económico. Já em Cuba, o desfile em Havana voltou a ser dos maiores salientando-se o apoio popular à revolução.

Por outro lado, na Colômbia, o 1.º de Maio foi assinalado a par da paralisação camponesa que decorre em todo o país, o mesmo ocorrendo no Panamá, onde o poderoso sindicato da construção também decretou, para estes dias, uma greve. Nos EUA, a iniciativa de maior expressão realizou-se em Los Angeles, protagonizada por emigrantes em defesa do direito de permanência.




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