Enfermeiros alertam

Cerca de 50 enfermeiros do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Lisboa Central concentraram-se, quinta-feira, 10, na Alameda, em Lisboa, em defesa da jornada contínua. A iniciativa foi realizada no dia em que os profissionais afectos aquele ACES estiveram em greve e contou com a participação da deputada Paula Santos, que ali foi manifestar a solidariedade do PCP para com a luta.

Os enfermeiros exigem a reposição do período de laboração sem interrupção para almoço sublinhando que o novo horário é não apenas um ataque aos seus direitos, mas desajustado à realidade e prejudicial aos utentes.

A jornada contínua inclui um período de meia hora para almoço que faz parte do tempo de trabalho, durante o qual os enfermeiros sempre estiveram disponíveis para prestar cuidados, explicou à Lusa Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). O dirigente frisou, ainda, que «aqueles que foram obrigados a interromper uma hora continuam nos centros de saúde a prestar cuidados aos utentes porque não vão abandoná-los», o que resulta no facto de «não serem pagos por essa hora» e fazerem «nove horas de trabalho quando só deviam fazer oito».

Já em, Lagos, o SEP denunciou, em comunicado recente, que a falta de enfermeiros na Medicina do Hospital de Lagos está a deixar o serviço à beira da ruptura. Para suprir a falta de profissionais, «a opção foi reduzir o número de enfermeiros por turno», havendo situações em que fica um profissional para cada 20 doentes, detalha a Direcção Regional de Faro do SEP, que nota que «as respostas com qualidade e a segurança a que os utentes têm direito estão em causa».

Igual situação verifica-se no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, onde, «para além do facto de os enfermeiros serem obrigados a responsabilizar-se por um maior número de utentes, cumprem turnos a mais». Em comunicado, a Direcção Regional da Beira Alta do SEP alerta que «no Centro Hospitalar corre mesmo a versão de que o encerramento de alguns serviços e o cancelamento de cirurgias está a ser equacionado», dado que a situação tenderá a agravar-se no período de férias, ao que acresce a não-renovação dos vínculos com os enfermeiros com contratos a termo certo e o facto de outros aguardarem aposentação ou ponderarem emigrar.




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