Chantagem na RTP

O pre­si­dente da RTP veio pu­bli­ca­mente as­so­ciar um even­tual des­pe­di­mento co­lec­tivo com as ne­go­ci­a­ções do Acordo de Em­presa, o que sete sin­di­catos re­pre­sen­ta­tivos dos tra­ba­lha­dores da RTP re­jei­taram an­te­ontem, con­si­de­rando tratar-se de «ina­cei­tável chan­tagem» de Al­berto da Ponte.

Para os sin­di­catos, tais de­cla­ra­ções «re­velam uma in­tenção mal dis­far­çada do Go­verno e da Ad­mi­nis­tração de avan­çarem com um des­pe­di­mento co­lec­tivo, para o qual Al­berto da Ponte pro­cura um álibi». Ape­laram à «uni­dade de todos os tra­ba­lha­dores da RTP para der­ro­tarem estas in­ten­ções» e à par­ti­ci­pação no ple­nário con­vo­cado para ontem à tarde.

Numa en­tre­vista à agência Lusa, pu­bli­cada este do­mingo, dia 6, o pre­si­dente disse que «até Maio» ha­verá de­cisão sobre um des­pe­di­mento co­lec­tivo, que de­pen­derá de ser en­con­trado «um ca­minho» nas ne­go­ci­a­ções do AE, adi­an­tando que um «corte de re­ga­lias ra­zoável» per­mi­tiria poupar seis a oito mi­lhões de euros. Ora, con­tra­põem os sin­di­catos, Al­berto da Ponte «sabe que tal as­so­ci­ação é uma fal­si­dade», pois ficou claro numa reu­nião de ne­go­ci­a­ções re­a­li­zada no final de Março, com dois ad­mi­nis­tra­dores, que o tecto de custos com pes­soal foi im­posto pelo Go­verno e a ad­mi­nis­tração acatou-o. Nessa oca­sião, «um res­pon­sável da em­presa in­dicou que, mesmo que fossem aceites todas as pro­postas com in­ci­dência nos custos com o factor tra­balho que o CA pre­tende verter para o AE e se pou­passe nou­tras ru­bricas de pes­soal, isso seria uma parte pouco sig­ni­fi­ca­tiva» do corte exi­gido pelo mi­nistro Poi­ares Ma­duro e aceite pela ad­mi­nis­tração.

No AE, acusam os sin­di­catos, a ad­mi­nis­tração da RTP quer impor um ina­cei­tável con­ceito de local de tra­balho alar­gado, abrir a porta a ho­rá­rios au­men­tados para 40 horas, e impor o «banco» de horas.




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